Mulher presa por sua fé morre na cadeia por maus tratos, em Eritreia

Presa desde maio, Debesay não suportou os maus tratos na prisão.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 18 de agosto de 2017 às 17:42
As condições que os cristãos enfrentam nas prisões são desumanas. (Foto:
As condições que os cristãos enfrentam nas prisões são desumanas. (Foto:

Uma mulher cristã que foi presa no início deste ano em meio a uma repressão contra cristãos evangélicos em Eritreia (nação africana) morreu, informou uma organização de direitos humanos. Fikadu Debesay, que era mãe de três, foi presa junto com o marido em maio. Ela morreu na semana passada enquanto estava presa em Metkel Abiet, um campo deserto localizado entre as cidades de Shieb e Gahtelai na região do Mar Vermelho, de acordo com Christian Solidarity Worldwide.

A CSW, uma organização de defesa da liberdade religiosa, que recebeu o reconhecimento das Nações Unidas no início deste ano, informou que a mãe foi enterrada na quinta-feira passada em Mendefera, capital da região Debub.

"A CSW está triste por ter ouvido falar da morte de Fikadu Debesay. Nossos pensamentos e orações estão com sua família neste momento doloroso. Pensamos em seus filhos, que estão de luto pela morte de sua mãe e que estão na ausência do pai detido. Além de outras crianças cujos pais foram injustamente presos", afirmou o presidente-executivo da CSW, Mervyn Thomas, em um comunicado.

Embora a causa da morte de Debesay não seja conhecida, Thomas explicou que as condições e o tratamento que muitos cristãos enfrentam nas detenções em campos como Metkel Abiet são "tão desumanos que podem causar uma desordem mental". Além disso, a região do Mar Vermelho é conhecida pelo seu extremo calor e tempo seco.

"Claramente, os direitos humanos e as liberdades fundamentais continuam a ser violados de forma abrangente na Eritreia, e a situação da liberdade de religião ou crença está se deteriorando", afirmou Thomas. "Mais uma vez, instamos a comunidade internacional a garantir que o governo e seus funcionários expliquem os crimes perpetrados contra os cidadãos eritreus, para manter a pressão sobre o regime até que todos os prisioneiros sejam libertados sem pré-condição".

Ataques policiais

Mais de 160 cristãos foram detidos em ataques policiais até o momento, neste ano. Em junho, Thomas disse que a atual repressão é uma "ilustração clara de que a perseguição contra grupos de fé não são reconhecidos na Eritreia".

Há mais de 15 anos, o governo da Eritreia fechou igrejas não sancionadas, proibiu eventos e práticas religiosas que não fossem afiliadas às denominações aprovadas pelo Estado e iniciou sua repressão às práticas religiosas tidas como proibidas. As denominações religiosas reconhecidas pelo governo de Eritreia incluem o Islã sunita, a Igreja Católica, a Igreja Evangélica Luterana e o Cristianismo Ortodoxo.

De acordo com a CSW, as prisões ainda estão ocorrendo mensalmente. Somente na primeira semana de agosto, 23 cristãos foram detidos na capital do país, Asmara. Em junho, os cristãos eritreus presos durante as incursões do governo no passado eram geralmente detidos em eventos cristãos, como estudos bíblicos ou cultos. A organização explicou que os agentes do governo agora estão simplesmente indo de porta em porta para prender cristãos.

Funcionários de segurança acompanhados por um sacerdote ortodoxo estão se apresentando em casas e questionando as pessoas sobre sua filiação religiosa. Todos, exceto muçulmanos, ortodoxos, católicos e luteranos são condenados a prisão. O primeiro-ministro informou que o número de cristãos eritreus detidos em incursões este ano chegou a 210.

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