“Não há avivamento sem abandono de pecados”, afirma Gabriel Cantarino

Em entrevista ao Guiame, o pastor Gabriel Cantarino fala sobre a relação entre avivamento e santidade.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: terça-feira, 28 de dezembro de 2021 às 17:59
Gabriel Cantarino, pastor da Igreja One, falando ao Guiame. (Foto: Guiame)
Gabriel Cantarino, pastor da Igreja One, falando ao Guiame. (Foto: Guiame)

Gabriel Cantarino, pastor da Igreja One, tem sido um missionário para as ruas e um discipulador para os templos. Embora a pandemia tenha mudado a dinâmica das pregações em praças públicas na cidade de São Paulo, ele continua carregando o anseio por ver um avivamento — marcado não só por milagres, mas por santidade.

“Creio num avivamento massivo com inúmeras salvações, como aconteceu diversas vezes na história. Mas se queremos ver o que os apóstolos viam, devemos pregar o que eles pregavam. E eles pregavam uma mensagem de arrependimento”, disse Cantarino em entrevista ao Guiame.

Para levar a Igreja a um tempo de alinhamento, Cantarino anunciou um movimento de 40 dias de jejum e oração por santidade, que terá início em 10 de janeiro de 2022. Ele conta que o projeto nasceu através de um processo pessoal e difícil que enfrentou em 2021. 

“Em 27 de fevereiro tive um sonho onde eu via a voz de Deus se espalhando por toda a Terra, convidando os filhos para voltar ao exercício do sacerdócio, da adoração, comunhão, devoção e intimidade com Deus. Eu via Deus parando pessoas em toda a Terra para esse tempo de intimidade profunda com Deus. Eu não sabia que Deus ia me parar tão bruscamente e profundamente”, introduz.

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Ele e sua esposa, Priscila, eram pastores principais da Igreja One em São Paulo, até serem enviados para servir a igreja em Imperatriz, no Maranhão. No Nordeste, Priscila enfrentou uma gravidez de risco e a situação ficou ainda mais delicada depois que o casal foi contaminado com Covid-19.

Os pastores então acabaram retornando para São Paulo. “Entendi que estava entrando no deserto. Com o passar do tempo percebi que não foi a Covid, nem a ameaça de aborto que me trouxe aqui. Entrei nesse tempo pelo Espírito de Deus”, avalia.

Em outubro, enquanto lavava a louça, Cantarino diz que ouviu do Espírito Santo: provoque um movimento de jejum e oração de 40 dias por santidade. “Isso nasceu de um processo meu de ser parado por Deus, rever o que eu estava fazendo, entender quem eu sou e o que Deus quer fazer”, explica.

Santidade é sinal de avivamento

Para Cantarino, a santidade sempre foi uma ênfase de avivamento. “No primeiro avivamento neotestamentário, a mensagem dos apóstolos não era ‘venham aqui para serem curados’. O que Pedro começa a pregar no meio do povo era: arrependei-vos para que seus pecados sejam perdoados e vocês recebam o dom do Espírito Santo”, afirma.

“Todo avivamento genuíno, tanto no Antigo como Novo Testamento, provocava um arrependimento de pecados e um retorno para Deus. A palavra avivamento tem uma definição muito simples: tornar vivo aquilo que estava morto. Então o avivamento sempre vai começar com abandono de pecados”, acrescenta o pastor.

Cantarino explica que pessoas não cristãs podem experimentar curas ou serem impactadas por manifestações do Espírito Santo, mas sem o abandono de pecados, não há frutos genuínos e duradouros.


Gabriel Cantarino é pastor da Igreja One. (Foto: Instagram/Gabriel Cantarino)

“Damos ênfase no crescimento da igreja, no impulsionamento que o avivamento traz ao nome de pessoas, nos sinais e maravilhas... Todas essas coisas fazem parte do avivamento, mas se nós não tivermos o coração guardado em Deus, mesmo experimentando um avivamento genuíno, essas coisas podem passar”, alerta.

É por isso que o pastor destaca a “ênfase do Evangelho voltada para arrependimento e santidade como primeiro fundamento do avivamento” — para que o avivamento não passe e a obra de Deus dentro de cada um permaneça.

“Sinceramente, eu não quero experimentar um avivamento passageiro. Não quero experimentar uma onda gloriosa que vai desaparecer daqui dois anos. O propósito de Deus não é tirar o avivamento, mas sim que o avivamento permaneça. Mas isso exige um posicionamento nosso”, reforça.

Ensino dos púlpitos

Cantarino acredita que esta nova geração de cristãos precisa se aprofundar nos fundamentos básicos do Evangelho e aprender sobre renúncia. Essa lição, no entanto, deve ser dada a partir dos púlpitos.

“Eu creio que a culpa disso não é dos novos da fé. A responsabilidade disso é a falta de ênfase nos púlpitos. Se a pessoa neófita (recém-convertida) está vivendo em pecado, está faltando ensino e uma ênfase de pregação do Evangelho que confronta o pecado”, afirma.

O pastor menciona ainda o ensino da hipergraça, uma teologia da graça de Deus que ofusca a necessidade de confissão de pecado e arrependimento. “Esse é um ensino que tem crescido nos nossos dias e levado muitas pessoas a permanecerem como estão”, lamenta.

“Eu espero ver o avivamento onde o alcoólatra abandona sobrenaturalmente o seu pecado, eu quero ver prostitutas saindo dessa vida, eu quero ver pessoas libertas da masturbação e da pornografia. Se essas coisas não acontecem, o avivamento de fato não está acontecendo”, conclui Cantarino.

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