Nosso chamado virou bobagem. Tiramos a cruz da bagagem

A gente cansa de pedir o que deveria ser espontâneo.
E já não acredita naquele entusiasmo momentâneo.
Não existe construção sem sacrifício.
É preciso muito esforço pra levantar o edifício.

A vontade fraqueja e a empolgação some.
Alguém morde uma migalha e já perde a fome.
No deserto, um riachinho é chamado de perfeito.
Quem deveria estar sedento sente uma gota e se diz satisfeito.

Nosso chamado virou bobagem.
Tiramos a cruz da bagagem.
Carregamos sonhos egoístas.
Mas parecemos piedosos, somos bons artistas.

E toda esta interpretação só aumenta a dor da existência.
Só mostramos amor se for para uma grande audiência?
Há um universo rastejando dentro das trevas cruéis.
Se somos a luz, não temos sido fiéis.

Nosso Mestre disse para amarmos de todo o coração.
Nos mostrou um caminho onde a maior riqueza é a compaixão.
Jesus morreu por gente que nunca dirá obrigado.
E a gente desiste do ministério só porque não foi elogiado.

Que Deus tenha misericórdia de nós.