Novo Papa cumpre profecias do Apocalipse? Rodrigo Silva orienta: ‘Devemos ter cautela’

O teólogo refletiu sobre algumas especulações sobre o novo Papa e alertou: ‘Vamos analisar mas sem um sensacionalismo que pode levar à histeria e ao fanatismo’.

Fonte: GuiameAtualizado: sexta-feira, 9 de maio de 2025 às 13:47
Papa Leão XIV em seu primeiro discurso. (Foto: Reprodução/YouTube/g1)
Papa Leão XIV em seu primeiro discurso. (Foto: Reprodução/YouTube/g1)

Após a eleição do novo Papa na última quinta-feira (8), o arqueólogo e teólogo Rodrigo Silva aproveitou a oportunidade para explicar o contexto e esclarecer especulações sobre a nomeação do novo líder da Igreja Católica.

A fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina indicou que os cardeais reunidos em conclave haviam escolhido um novo pontífice para suceder o Papa Francisco, falecido em 21 de abril.

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido como o 267º Papa da história. Primeiro americano e agostiniano a liderar a Igreja Católica, ele escolheu o nome Leão XIV.

Depois da nomeação, Rodrigo refletiu sobre as especulações e questionamentos acerca do novo Papa.

“Muitas pessoas começam agora a especular: ‘Como vai ser esse Papa? Será que esse Papa é o Papa do fim dos tempos? Será que é o último Papa? É o Papa que vai cumprir as profecias?’”, disse Rodrigo no Instagram.

E continuou: “Para começo de conversa, nós devemos ter cautela, porque todo novo Papa que surge tem algum teólogo de almanaque dizendo: ‘Esse é o Papa do fim’. Então, devemos ter cuidado”.

Em seguida, ele refletiu sobre os extremos ocasionados pelo sensacionalismo acerca do tema:

“Por um lado, com a procrastinação, aquele servo mau que diz: ‘O meu Senhor nunca voltará’, parece que nunca haverá a volta de Jesus e, no outro extremo, aquele imediatista que fica colocando selo profético em tudo que acontece, de maneira talvez até desautorizada. Então, temos que tomar cuidado com os extremos. Temos que ter a certeza da volta de Jesus, mas não ficar marcando datas, assim, de maneira quase que inconsciente”.

‘O nome já é uma pista’

Conforme Rodrigo, todo Papa, ao iniciar seu pontificado, escolhe um nome inspirado em um de seus predecessores com quem se identifica.

“Esse nome já é uma pista de como ele gostará de exercer o seu governo sobre a igreja. E, geralmente, eles escolhem um nome com base num Papa anterior, do qual ele nutre, assim, muita consideração e ele quase imita os passos”, explicou o teólogo. 

Falando sobre o rumo do novo pontificado, Rodrigo disse: “Para que a gente tenha uma noção de para onde irá o rumo desse pontificado, temos que conhecer um pouco a vida do Papa Leão XIII”.

Segundo Rodrigo, Leão XIII foi um Papa italiano, que, antes de ser Papa, ajudava o Papa Pio IX, inclusive na convocação do concílio Vaticano I, que aconteceu no século XIX.

Este concílio tinha como objetivo resolver os problemas especialmente com a autoridade eclesiástica da igreja.

“Foi no concílio do Vaticano I, que foi instituído de maneira dogmática o primado papal, que ninguém pode questionar aquilo que o Papa fala ‘ex cathedra’ a autoridade do Papa e da Igreja no concílio Vaticano I também, foi tratada a relação da Igreja-Estado, que estava bem tumultuada, especialmente em relação à Itália, e outras questões doutrinárias também”, contou ele. 

“Então, com a morte do Papa Pio IX, subiu ao poder aquele que se chamou Papa Leão XIII, e ele foi um Papa que procurou estabelecer o diálogo entre ciência e religião, entre Igreja e Estado. Era um Papa que apreciava muito a racionalidade”, acrescentou.

Rodrigo detalhou que o Papa Leão XIII foi o primeiro Papa a ter a sua voz gravada e foi também o primeiro a ter sua imagem filmada por Dickson, inventor da câmera, e na ocasião ele abençoou o aparelho: “Uma coisa que na época foi uma quebra de paradigmas”. 

Por fim, Rodrigo destacou: “Então, talvez se você der uma lida sobre a história de Leão XIII, você pode ter uma noção de como será o pontificado de Leão XIV, ou pelo menos como ele pretende que seja”.

“Agora, vamos analisar a sequência desse pontificado, os acontecimentos que ainda virão, mas sempre tendo no coração o anseio pela volta de Jesus, mas sem um sensacionalismo que pode levar à histeria e ao fanatismo. Com fé, mas uma fé que seja racional”, concluiu.

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