O dia depois de amanhã

Em tempos em que boa parte da nação começa a se acostumar com uma bolsa assistencial, desvalorizando a importância do trabalho, há quem coloque a bolsa nos ombros e saia para trabalhar, produzir, valorizar o esforço, construir para poder sustentar

Fonte: guiame.com.brAtualizado: quinta-feira, 6 de novembro de 2014 às 14:17
esperança
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esperançaCuide bem da sua figueira e você terá figos para comer. Cuide das suas ovelhas e do seu gado o melhor que puder porque tanto as riquezas (ou a instabilidade do Mercado) como os governos (ou as promessas de campanha) não duram para sempre. Primeiro você corta o feno; depois corta o capim dos montes enquanto espera que o feno cresça de novo. Aí você pode fazer roupas com a lã das suas ovelhas e comprar mais terras com o dinheiro que ganhou com a venda de alguns cabritos. E as cabras darão leite com fartura para você, e para a sua família, e também para as suas empregadas.
Provérbios 27:18, 23-27

Alguns eventos têm poder apenas de causar o alvoroço no momento e não de provocar mudanças históricas perenes. Uma eleição presidencial é um deles. Não importava profundamente quem a venceria. Acho ingênuo acreditar que caso o resultado das urnas fosse diferente, faria de fato diferença estrutural. E isso para o bem e para o mal, ou seja, nada de extraordinariamente bom aconteceria e nada de assustadoramente mal também. O que hoje temos no cenário brasileiro é uma reedição da política "café com leite". Vale pesquisar a história para entender a capacidade que temos de repetí-la; como explicava tão bem o sábio Rei de Israel, Salomão, que "não há nada novo debaixo do sol, o que é, já foi um dia".

A mudança que houvesse seria apenas de lado da polarização, mas ainda haveria continuidade, com apenas pequenas ênfases diferentes, mas nada estrutural. Isso não é tão ruim quanto parece, afinal, o que traz estabilidade a um país não são as alternâncias de propostas, mas uma rota precisa. Ninguém navega um transatlântico como se pilota um lancha. Um país é um transatlântico.

E não sei se vocês repararam, mas "quem" mais é afetado com rumores e resultados eleitorais é o tal do Mercado. "Ele" tem humor, acho que até TPM, ou poderíamos dizer TPE, De Tensão Pre-Eleitoral". Ele sim fica feliz ou raivoso no período da disputa, mas com a garantia de seus súditos mais fiéis (ministros e especialistas) de que nos próximos dias Ele estará mais calmo. Assim, os mais atentos apostadores terão ganhado um bom dinheiro, enquanto outros terão perdido. Mas esse Mercado é moço indomável, impaciente, qualquer hora muda e todos os que o seguem vivem correndo seus riscos, sobrevivendo às suas oscilações, em constante estado de alerta.

Já o Salomão dizia que melhor mesmo é trabalhar, produzir, sustentar a si e aos seus a partir de seu trabalho honesto e seguro, pois quem cuida de produzir honestamente é quem de fato constrói uma nação, não o Mercado, nem o Governo, mas o povo.

O trabalho continua sendo a melhor forma de sustentar a todos. Quem cuida de fazer algo e a partir de seu próprio esforço produzir algo bom, está seguindo conselhos de um sábio rei da Antiguidade e está vivendo de acordo com a proposta do Criador, que antes de existirem governos, antes de surgirem as mais elaboradas formas de administração e organização políticas, antes de qualquer menção de um Mercado, determinou que nós homens deveríamos cultivar, produzir, administrar e oferecer sustento a todos (Gênesis 2,3).

Como nada mudou hoje cedo, exceto para os especuladores do Mercado Imprevisível, todos os demais devem mesmo é trabalhar, produzir, cuidar de si e dos seus, para ajudar a construir uma sociedade melhor.

Em tempos em que meninos se iludem com uma Bolsa de valores e incertezas e esquecem o valor do trabalho, apostando na ideia de aposentarem-se aos quarenta; em tempos em que boa parte da nação começa a se acostumar com uma bolsa assistencial, desvalorizando a importância do trabalho, há quem coloque a bolsa nos ombros e saia para trabalhar, produzir, valorizar o esforço, construir para poder sustentar.

Que Deus abençoe os seguros trabalhadores que fazem toda a diferença no mundo.


- Alexandre Robles

 

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