"O $HOW tem que parar", dizem manifestantes em meio à Marcha para Jesus

"O $HOW tem que parar", dizem manifestantes em meio à Marcha para Jesus

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

Em meio à multidão verde e amarela (cor da camiseta oficial da seleção brasileira), localizada próximo à estação de metrô Tiradentes em São Paulo, no último dia 3 de junho, destacava-se um pequeno grupo com cerca de 20 pessoas com camisetas pretas que diziam "Marcha pela ética evangélica brasileira. O $HOW tem que parar" em faixas de protesto contra o maior evento evangélico do Brasil: A Marcha para Jesus.

Pelo segundo ano consecutivo, o protesto que é liderado pelo pastor e estudante de teologia Paulo Siqueira, da Igreja do Evangelho Quadrangular, e sua mulher Vera, que encarou a passeata mesmo grávida de nove meses, não são contra a Marcha em si, mas tem como fundamento conscientizar o povo evangélico brasileiro da situação em que a Igreja se encontra. "Falta ética, falta solidariedade, falta amor, falta uma busca pelo verdadeiro sentido da palavra de Deus e a volta das tradições cristãs", explica Siqueira.

Para ele, o Brasil, da forma que as entidades evangélicas vêm caminhando, não tem uma Igreja cristã. "O evangelho não tem mais sentido, a não ser o sentido monetário. É muito mais do que puramente templos, homens, ele tem um sentido muito maior, que é a dignidade humana".

A poucos metros do principal trio elétrico do evento, comandado pelo apóstolo Estevam Hernandes e sua mulher bispa Sônia, os manifestantes exibiam sua indignação contra a teologia da prosperidade que é pregada por muitas denominações evangélicas, como por exemplo, a Igreja Universal do Reino de Deus. "Jesus disse que veio para dar e em momento algum Ele fez arrecadações. Ele não pediu nada em troca, pelo contrário, Ele se deu em prol de todos aqueles que sofriam", afirma Siqueira.

Embora em pequena quantidade, o protesto incomodou as pessoas que estavam lá para participar da Marcha para Jesus. Vaias e reclamações foram constantes durante todo o trajeto, porém Siqueira disse que não se incomoda com a reação das pessoas. "A oposição é normal, pois nós lutamos contra uma tradição. Entretanto, nós temos uma tradição muito mais forte que é a tradição cristã, a qual existe há dois mil anos. Então, são esses dois mil anos que nós estamos tentando resgatar".

Na coletiva de imprensa, quando perguntado sobre o protesto, o apóstolo Estevam Hernandes disse que todos têm o livre arbítrio e é um direito deles protestar, porém o número pequeno foi considerado por Hernandes como insignificante em relação às pessoas que se encontravam no local a favor da caminhada organizada pela Igreja Renascer em Cristo.

Siqueira afirma que muitos manifestantes travam suas batalhas teológicas e ideológicas em blogs na internet, no entanto, poucos têm a coragem protestar durante o evento: "Aqui é estar em campo e protestar em campo. Nosso principal propósito de estar conscientizando é estar aqui. Mas para muita gente é muito mais fácil aparecer de forma escondida no blog e colocar as opiniões do que estar aqui e dar a cara tapa".

Por: Débora Padoin Malva

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