Os primórdios de Fé e Constituição estão estreitamente vinculados à Conferência Missionária Mundial, realizada em junho de 1910, em Edimburgo, Escócia. O tema central da Conferência foi a cooperação na missão cristã mundial. Nessa ocasião, as questões que dividiam as igrejas e os pontos de doutrina controvertidos, conquanto presentes nos pensamentos de muitos dos participantes, foram intencionalmente evitados.
Um dos participantes da Conferência foi Charles Brent, bispo missionário nascido no Canadá e servia, então, a Igreja Episcopal dos Estados Unidos nas Filipinas.
Foi ele quem teve a idéia de uma Conferência de Fé e Constituição, ao estabelecer o vínculo entre a Conferência de Edimburgo com seu apelo à unidade cristã e a necessidade de resolver as questões de fé e constituição nas igrejas divididas.
Brent reconhecia que a resolução abnegada de não debater questões que suscitavam a controvérsia se justificava no contexto da estratégia missionária, mas cria que as questões de fé e constituição precisavam ter um foro próprio adequado, e que nesse foro caberia o debate para resolver temas controversos através do diálogo.
Ao final da Conferência de Edimburgo, Brent disse: Nesses últimos dias nos foi revelada uma nova visão. Mas quando Deus oferece uma visão também atribui alguma nova responsabilidade, e vocês e eu, quando deixarmos esta assembléia, nos iremos com algumas novas tarefas por cumprir.
O bispo regressou aos Estados Unidos em 1910 para a Convenção Geral da Igreja Episcopal, que teve lugar em outubro daquele ano. Brent preparou uma resolução para a Convenção Geral que teria conseqüências muito importantes para o incipiente movimento ecumênico.
No dia 19 de outubro de 1910, a Convenção Geral aprovou por unanimidade resolução que instava à convocação de conferência dos representantes de todas as igrejas para a consideração de questões relativas à fé e a constituição da Igreja de Cristo.
Este ato por parte de uma igreja e não por parte de uma faculdade teológica ou de uma sociedade missionária - garantia um compromisso eclesial para superar problemas do passado mediante o diálogo teológico e preparar o caminho para a unidade da Igreja na fé, na constituição, na vida, no trabalho, no culto e na missão, assim que o mundo podia acreditar em Cristo.
Como escreveu Günther Gassmann, ex-diretor de Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), trata-se de um movimento das igrejas e nas igrejas. Todos os esforços teológicos em todos os níveis nas igrejas e entre as igrejas para uma comunhão mais próxima que, finalmente, seja plena são, em certo modo, esforços de Fé e Constituição.
Mais ou menos na mesma época da Convenção Geral da Igreja Episcopal, surgiram outros apelos significativos na América a favor da resolução das questões que dividiam as igrejas, em particular por parte do Conselho Nacional das Igrejas Congregacionais e da Igreja Cristã (Discípulos de Cristo), ambos de 18 de outubro de 1910.
No entanto, a data que marca o início institucional do movimento Fé e Constituição é 19 de outubro de 1910, o que levou diretamente à celebração da Primeira Conferência Mundial de Fé e Constituição em Lausanne, em 1927, presidida pelo bispo Charles Brent.
Fé e Constituição, junto com o movimento Vida e Ação, converteu-se num elemento constitutivo do Conselho Mundial de Igrejas durante sua inauguração em 1948. A Comissão de Fé e Constituição continua integrada e é um aspecto fundamental no trabalho do organismo ecumênico internacional.
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