O perigo do orgulho

O perigo do orgulho

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

Aos 88 anos de idade, o teólogo britânico John Stott é o que se pode chamar de lenda viva. Escreveu seu nome na história como presidente do comitê que elaborou o Pacto de Lausanne, em 1974. Há mais de três décadas, Stott dedica, todos os anos, três meses para viajar pelo mundo, dando atenção especial às igrejas localizadas em regiões onde o cristianismo é minoria. Em sua casa, em Londres, na Inglaterra, ele recebeu Christianity Today para esta conversa:

Cristianismo Hoje - O que mudou na Igreja Evangélica ao longo de seu ministério?

John Stott - Fui ordenado há 64 anos e lembro que, quando comecei, os evangélicos eram uma minoria desprezada e rejeitada. Desde então, vi o movimento evangélico crescer em tamanho, maturidade, e, com certeza, em erudição. Em termos de influência, saímos de um gueto e nos colocamos em posição de predomínio, um lugar muito perigoso.

Qual é o perigo?

O orgulho é o perigo que está sempre presente e que se coloca diante de nós. Em muitos aspectos, é bom sermos desprezados e rejeitados. Penso nas palavras de Jesus: "Ai de vocês, quando todos falarem bem de vocês".

Provavelmente, ninguém conhece mais a Igreja ocidental do que o senhor. Faça uma avaliação sucinta dela.

Vejo crescimento sem profundidade. Ninguém contesta o crescimento imenso da Igreja - mas esse processo tem sido, em grande escala, numérico e estatístico. O crescimento do discipulado não tem sido equivalente ao aumento dos números.

O que a Igreja precisa fazer para alcançar a sociedade pós-cristã e secularizada do século 21?

Acredito que essas pessoas que taxamos como seculares se lançam à busca de pelo menos três coisas. A primeira é transcendência. Cada vez mais gente procura alguma coisa além do que vive e vê. A segunda é a busca de significado. Quase todo mundo procura sua identidade pessoal, quer encontrar o sentido da vida. Isso desafia a qualidade de nosso ensino cristão de que os humanos são criados à imagem de Deus. E a terceira coisa que todos andam buscando é comunhão, relacionamentos de amor. Gosto muito do que está escrito em I João 4.12: "Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós."

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