Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.
2 Coríntios 5.7
Às vezes colocamos nossa fé no que sentimos. O que vemos é o que geralmente mais afeta nosso sentimento. Sentimos aquilo que objetivamente pode alterar nossas circunstâncias, como frio, dor, desamparo. Como disse Davi “ainda que eu ande por um vale de sombra e morte, sei que tu estás comigo”, isso é sentimento objetivo.
E também sentimos aquilo para o que não damos nome, como solidão, medo, depressão. Como em outro momento disse Davi “por que estás abatida, minha alma, por que te perturbas?”.
Melhor é fundamentarmos nossa fé no que sabemos. É a convicção que carregamos a respeito do cuidado de Deus, do sentido maior do Universo e de que o final da História está em Suas mãos que nos ajuda a atravessar os momentos em que nossos sentidos tentam embotar nosso olhar.
O apelo dos escritores bíblicos é sempre nessa direção, de “trazermos a memória o que pode nos dar esperança” como disse Jeremias, de “lembrar os feitos do Senhor” como disse o salmista.
A questão é onde lançamos as âncoras de nossa fé, se na superficialidade volátil de nossos sentimentos ou se nas profundezas estáveis de nossa crença no cuidado de Deus.
- Alexandre Robles