O padre cristão assírio, Sefer Bileçen, conhecido com “padre Aho”, que trabalha como zelador do Mosteiro Mor Yakub, na província de Mardin, Turquia, foi condenado a dois anos de prisão por supostamente fornecer comida e água a uma organização considerada “terrorista” pelo governo turco.
As pessoas que bateram à porta do mosteiro pedindo ajuda são membros do HPG (Forças de Defesa do Povo - PKK) ou Partido dos Trabalhadores Curdos, um grupo que resiste às forças militares turcas.
O padre agiu conforme as regras da hospitalidade monástica, mas para o Ministério Público da Turquia, as pessoas são consideradas militantes porque lutam pela independência dos territórios curdos. No entendimento das autoridades legais, o padre deu apoio a terroristas.
Padre Aho ficou quatro dias detido e acabou sendo liberado provisoriamente por conta da pressão da opinião pública. Agora, porém, foi condenado a 25 meses de prisão por “pertencimento ao PKK” e por “cooperação ao grupo terrorista”, mesmo não sendo curdo.
Vale destacar que o julgamento foi realizado sem a presença do padre e sem nenhum acesso de qualquer veículo de imprensa. O padre continua se defendendo dizendo que simplesmente praticou um ato de caridade cristã e que não tinha conhecimento da posição política dos visitantes.
A CSW (Christian Solidarity Worldwide) teme que haja segundas intenções por trás da prisão do padre, já que o governo turco continua a propagar a visão de que “ser turco significa ser muçulmano sunita”.
Um ativista de direitos humanos da comunidade síria na Turquia disse à CSW: "As autoridades turcas têm feito todos os esforços para apagar a herança cristã da Turquia; eles criaram um ambiente hostil, tornando extremamente difícil a sobrevivência cristã na Turquia. Eles estão nos sufocando”, disse.
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