Paganelli em gravação de DVD: "A paixão que nos moveu aqui tem uma identidade"

Paganelli em gravação de DVD: "A paixão que nos moveu aqui tem uma identidade"

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Por Adriana Amorim

"O maior ingrediente da vida é a amizade". A afirmação do saxofonista André Paganelli esclarece um dos propósitos da gravação do DVD "André Paganelli in concert - Amigos" que aconteceu na última quarta-feira, dia 13 de maio, em São Paulo (SP). Para celebrar a amizade e comemorar mais de 10 anos de carreira e 12 CDs lançados, o músico trouxe ao palco do Via Funchal pessoas que marcaram sua história musical e de vida. Foram convidados: Rafaela Pinho, Paulo César Baruk, Robson Nascimento, Jeanne Mascarenhas, Eduardo & Silvana, Ministério Aliança do Tabernáculo, o saxofonista Rafael Stefano, Pr. Adhemar de Campos, além da Orquestra da Liberdade e da Cia. de Dança Vivian Lazzerinni.

Durante a noite, o instrumentista e pastor fez questão de agradecer a presença de todos. "Eu estou bastante surpreso. Em um dia de semana vocês deixaram seu trabalho, sua família, alguns vieram com a família, outros não, eu espero que você saia daqui com algo forte no seu coração", expôs Paganelli.

A noite também contou com uma homenagem da gravadora Bompastor, entregue pelas mãos de Elias de Carvalho a Paganelli, por mais de 200 mil cópias vendidas em sua carreira.

Durante o show, Paganelli apresentou novos arranjos de canções conhecidas no meio cristão, como no louvor Deus de Promessas, do Ministério Toque no Altar. O saxofonista também interpretou músicas da cultura hebraica, que fazem parte de seu último trabalho, o CD Tributo a Israel. Com produção de Levi Williams, o trabalho foi premiado este ano no Troféu Talento na categoria ábum instrumental.

Os "Paganelli"

"Eu quero convidar agora, uma pessoa muito especial, especial mesmo. Uma pessoa que mudou a minha vida há três anos. Um grande homem. Já recebeu prêmio. Aquele que é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Brian Paganelli!", falou Paganelli. Surpreendendo o público, o convite do saxofonista foi atendido por seu filho, Brian, de três anos, que conversou com a platéia ao microfone e chamou ao palco a esposa de André,  Alessandra Paganelli, com um clássico "Mãe!". "Uma pessoa que me deu condição de ser esposo, pai, e ser feliz", afirmou o músico, que entregou à esposa um arranjo de flores.

Acompanhando o ministério de Paganelli desde o início da carreira, há mais de 10 anos, Alessandra afirma que o ministério de louvor e o trabalho instrumental são um desafio. "Eu acho que o principal é a confiança mesmo em Deus. Você confiar ter o foco certo, que é adorar a Deus e ter uma vida o mais santa possível, a gente sabe que não é perfeito, mas Jesus que é o nosso modelo. Extraindo os princípios que Jesus ensinou e o agradando. Mesmo que dê alguma coisa fora, a gente sabe que é Ele que está no caminho e guiando. Mesmo com as dificuldades, a gente tem certeza que é Ele quem manda", expôs Alessandra.

Filho Pródigo

"Eu sou um filho pródigo", declarou Paganelli, ao dividir com o público um pouco de seu testemunho e anunciar o louvor Filho Pródigo, composição de Gerson Isidoro (Kadoshi). "Eu estava na casa do Pai e saí de lá. Mas um dia eu tive oportunidade e a graça de cair em mim mesmo, retornar à casa do Pai e não encontrar um pai que me disse não. Encontrei um pai que me recebeu de braços abertos, me deu uma nova chance, isso aconteceu há 14 anos. Depois que eu voltei para a casa Dele, eu comprei o meu primeiro saxofone, comecei a tocar e hoje eu tenho essa festa linda com todos vocês aqui. Eu sou esse filho". Paganelli pediu a seus pais que ficassem de pé e agredeceu publicamente o amor dedicado a ele: "Amo vocês demais".

Para dividir a canção, o saxofonista convidou Paulo César Baruk . "Essa canção tem a participação de um cara fera". Em meio a tentativas frustradas de gravação, por problemas técnicos, o momento trouxe descontração.

Duelo musical entre amigos                          .

O palco do Via Funchal também foi cenário para uma disputa musical que divertiu e contagiou a platéia. "Eu quero chamar aqui ao palco um amigo, mas tão amigo que ele não havia chegado até eu subir aqui", brincou Paganelli. O amigo era Robson Nascimento, que interpretou Sonda-me, canção que dividiu com o saxofonista em 2001, em show realizado no Olímpia, em São Paulo (SP). Após interpretarem juntos a música, o talento musical foi mostrado individualmente. O saxofonista e o cantor duelaram em altitude de tons e melismas. Instrumento e voz em uma disputa com provocações e respostas meramente musicais. Paganelli brincou: "Este é o Robson Nascimento, para quem não o conhece".

Israel

Em um dos grandes momentos do show, foi exibida no telão a passagem bíblica de Jeremoias 31: 8-10  Eis que os trarei da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá cegos e aleijados, grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui. Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho". Na seqüência, cenas ho holocausto e imagens de Israel eram exibidas, enqüanto Paganelli interpretava canções da cultura hebraica, que integram o álbum Tributo a Israel. Além do toque de um shofar (instrumento de sopro feito de chifre de animais), a Cia de Dança Vivian Lazzerinni, vestindo roupas típicas e carregando bandeiras de Israel, coreografou a canção judaica. Após interpretar as canções, auxiliadas pelas imagens e pela dança, Paganelli revelou: "Eu estou emocionado, vamos dar uma salva de palmas para o Senhor". A cantora Jeanne Mascarenhas também compartilhou o momento de tributo a Israel, interpretando e dividindo com o instrumentista a música Jerusalém, versão em Português da canção israelita Yerushalaim Shel Zahav.

Carreira musical e ministério   

As participações ajudaram a narrar a carreira e história de Paganelli. O músico revelou que quando casou foi viver em um condomínio onde um saxofonista, em início de carreira, fazia questão de tocar na janela para que os vizinhos pudessem ouvi-lo." Tinha um menino que abria todas as janelas e soprava...E o menino cresceu e está fazendo sucesso, e vai tocar hoje no Via Funchal", falou Paganelli, que na seqüência convidou Rafael Stéfano e dividiu com ele uma canção.

"Eu conheci uma menina lá no Rio de Janeiro, filha de um casal muito bacana [...] e a menina cresceu". Assim, Paganelli convidou Rafaela Pinho, que interpretou a canção "Vivifica", composição da cantora.

Em 10 anos de carreira, Paganelli viveu dois deles na Califórnia, Estados Unidos. Foi nesse período que conheceu Eduardo & Silvana. "A gente vivia se trombando nas igrejas [...] Um casal especial", falou. A dupla foi escolhido para dividir com o saxofonista a canção Agnus Dei.

" Toda música traz uma novidade. Nesses 10 anos eu caminhei por dois anos nos EUA e na Europa". Para demosntrar a vivência na obra do Senhor, Paganelli chamou ao palco o Ministério Aliança do Tabernáculo, que interpretou o louvor "Eis-me aqui". "Há músicas que tocam nosso coração. Mais do que tocar um instrumento, a gente deve ser um instrumento", disse o saxofonista.

Amigo de Deus

Antes de dividir uma canção com o ministro de louvor e pastor, Adhemar de Campos, Paganelli falou sobre música e, de forma sutil, mostrou o verdadeiro sentido do evento. "A música fala algo que parte dos nossos corações, das nossas paixões, e todos que estão aqui estão fazendo música por paixão. E a paixão que nos moveu aqui tem uma identidade, a gente está falando muito sobre amizade. Eu tenho vocês como amigos, tenho esse grupo e vários cantores como amigos. Mas a melhor pessoa que a gente pode ser amigo, é o nome  de sua canção Adhemar, qual o nome da sua canção?", falou Paganelli. Adhemar respondeu: "Amigo de Deus".

Convidado pelo instrumentista, Adhemar de Campos orou. Paganelli fez questão de deixar a platéia à vontade: "Idependente das pessoas que aqui estejam, eu sou contra religião. Religião muitas vezes tenta juntar o homem a Deus e muitas vezes o afasta no religiosismo. Mas o contato com o próprio Deus, o criador de tudo, é algo que tem sentido na vida das pessoas, porque é isso que fez a diferença na minha vida [...] Eu vou pedir para o Adhemar essa Palavra e se você entende que Deus existe, mesmo que você não entenda, eu tenho certeza que Deus existe, porque ele transformou minha vida [...] Eu tenho um testemunho marcante de encontro com o Senhor, uma vida escravizada por dependência química, Deus me deu oportunidade de ter minha saúde de volta, de ter vida novamente, poder hoje vir aqui com prazer, ter saúde, fôlego de vida mesmo, porque eu considerei esta mensagem. Independente do que você seja, se você quiser, é claro, com muito respeito, eu queria que você fechasse seus olhos agora para que a gente se voltasse para Deus".

Em entrevista ao Guia-me, o Pr. Adhemar de Campos afirmou que Paganelli tem procurado dedicar-se à obra do Senhor e a uma causa.  "O resultado é todo o trabalho que ele tem feito, não só o livro, mas a gravação desse DVD, do qual eu estou tendo o privilégio de participar. Eu tenho certeza de que ele vai produzir frutos abençoadores e todos vamos conferir e nos alegrar em Cristo", expôs o pastor, que também prefaciou o livro "O perfil do adorador", de autoria do saxofonista.

Um DVD

Alessandra Paganelli conta que a idéia de fazer um DVD surgiu logo após o show de 2001, realizado na casa de shows Olímpia, em São Paulo (SP).  "A gente não é uma igreja, não é uma empresa. Somos nós e o plano de Deus. Foi um evento evangelístico que a gente fez no Olímpia e deu muito certo. Muitas pessoas aceitaram Jesus, deu muitos frutos. Então por ser muito desgastante, a gente esperou desde lá. Fomos orando e a gente falou assim: 'Não, é tempo de fazer'. E todos os detalhes Deus abençoou e se eu falar você fica abismada, como em um detalhe tão pequenininho fez diferença lá no Olímpia. Deus permite e guia, então vimos o plano de Deus se cumprindo. E aqui a gente tem certeza que esse DVD vai sair e chegar a muitas pessoas, vai ser bênção".

A esposa do músico explicou que há um planejamento anterior que ultrapassa a aplicação técnica da música e a preocupação com o ambiente. Há um preparo para o plano espiritual. O objetivo é chegar, de forma sutil, aos corações daqueles que estão distantes de Deus ou não conhecem a Cristo. "Tem muitas pessoas que não conhecem a Cristo, têm um bloqueio, e a música instrumental pode entrar, porque ele vai tocando, o Espírito Santo vai tocando os corações, amolecendo. Então, quando ele fala de Jesus a pessoa está preparada e o Espírito Santo faz a obra".

Instrumento nas mãos de Deus

Paganelli contou que a coragem e a ousadia de dedicar-se à música instrumental, especialmente no meio gospel, partiram de Deus. "Foi ele que me deu a gana de azer algo diferente", falou.

Em entrevista ao Guia-me, Paganelli revelou, em uma noite de vitória, o que o fez permanecer diante dos obstáculos da carreira e do ministério: "Deus sempre me deu sonhos e projetos e eu entendi que iriam acontecer. Sabe, não adianta os outros apoiarem ou não, quem tem que acreditar é a gente. Deus dá um projeto, ele confirma no nosso coração, quem está em volta pode não acreditar, mas a gente acredita e nada atrapalha".

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