Pastor britânico convoca cristãos a vencerem as diferenças: "Unidade não significa unanimidade"

Gumbel citou questões polêmicas com as quais a Igreja, em particular, tem lidado por anos, incluindo temas que envolvem sexualidade, mulheres na liderança e batismo.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: terça-feira, 5 de maio de 2015 às 14:44
Nicky Gumbel é líder da "Holy Trinity Brompton Church" - uma igreja anglicana - em Londres
Nicky Gumbel é líder da "Holy Trinity Brompton Church" - uma igreja anglicana - em Londres

"Em um tempo em que a Igreja se encontra, talvez, em sua fase de maior divisão, viver unidade nunca foi tão importante". A frase foi dita pelo líder anglicano Nicky Gumbel em uma conferência, realizada no Royal Albert Hall, em Londres, na última segunda-feira.

Classificando a conferência como um "sinal visível da nossa unidade invisível", Gumbel implorou àqueles reunidos para se concentrarem no que traz os cristãos a estarem juntos, ao invés de manterem o foco em suas discordâncias.

"Há algo surpreendente sobre a unidade, algo poderoso sobre a unidade, mas não é fácil. A humanidade tem lutado contra isto desde o início dos tempos. Adão e Eva caíram, Caim e Abel caíram ... a unidade é muito difícil", disse ele.

Gumbel citou questões polêmicas com as quais a Igreja, em particular, tem lidado por anos, incluindo temas que envolvem sexualidade, mulheres na liderança e batismo.

"É fácil argumentar para dividir e para iniciar novos grupos com aqueles que concordam com a gente, disse o preletor. "Mas a beleza da Igreja está em sua diversidade. Paulo exorta os efésios a fazerem todos os esforços para permanecer unidos na diferença, e todos nós estamos chamados a seguir o exemplo de Jesus em sermos humildes e gentis, ao invés de arrogantes".

"Estamos vivendo em tempos extraordinários, em tempos muito empolgantes, mas também um momento de grande crise", disse Gumbel, falando tanto do mundo em geral como da Igreja. "Mas em tempos de crise, podemos dividir e executar, ou ficar juntos. Eu acredito que esta crise é uma grande oportunidade para nós como Igreja estarmos juntos, e lutarmos juntos".

Segundo Gumbel a chave para alcançar este objetivo é que a unidade não fosse doutrinária, mas relacional, modelado pela Trindade e tudo sobre Jesus.

"O que nos une é infinitamente maior do que o que nos divide", disse ele. "A unidade não é dada a nós como algo opcional. Foi a última oração de Jesus antes de ser crucificado, e ainda é a Sua oração agora: Ele está intercedendo por nós e orando por nossa unidade para que o mundo creia".

"A mensagem que temos é que Jesus veio para tirar todas as nossas culpas e estamos agora perdoados e livres", disse ele. "Por que estamos lutando entre nós? É um desperdício de tempo".

"Unidade, no entanto, não significa unanimidade, ou uniformidade. O corpo de Cristo é composto de diferentes partes, e precisamos abraçar a diversidade dentro dele. Permanecermos unidos não significa que perdemos a verdade", Gumbel acrescentou.

Citando John Stott, Gumbel lembrou que o amor e a verdade se complementam, fortalecendo a união.

"O amor torna-se fraco se não for fortalecido pela verdade, e a verdade torna-se endurecida se não suavizado por amor".

"Na verdade", disse Gumbel, "A única maneira de obter verdade é através da unidade, porque precisamos de todo o corpo de Cristo para representar o coração de Deus para o mundo".

"Vivemos em um mundo dividido, o que exige uma Igreja unida", concluiu ele, notando que a divisão é a raiz de todos os problemas do mundo. "A boa notícia é que não alcançamos a unidade por nós mesmos. A unidade vem do Pai, que é a chave para a transformação da sociedade", disse Gumbel.

"Temos um modelo de unidade na família de Deus ... nós podemos ter diferentes pontos de vista, mas ainda somos uma família".

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