Desembarcou na última terça-feira, 1, logo cedo em Johannesburgo o pastor Anselmo Alves, 51 anos, espécie de conselheiro espiritual oficial do time nacional desde a Copa do Japão e da Coreia do Sul, em 2002. Enquanto o treinador ficará encarregado de municiar o grupo usando artimanhas psicológicas, o religioso tratará mais do aspecto espiritual dos convocados.
Ex-lateral-direito com passagem discretíssima pelo Atlético nos anos 80, o evangélico pertence à Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB). Seus sermões e conselhos podem ser ouvidos no templo da PIB, encravado no coração do Batel, bairro da capital paranaense.
Entrou para o atual mundo da bola por meio de jogadores conhecidos, como o ex-paranista Lúcio Flávio, atualmente no Botafogo. Mas foi a amizade com outro Lúcio que o aproximou da seleção. O pastor viajou ao Oriente há oito anos para atender a um pedido dos atletas. E estreitou laços com o atual capitão da equipe de Dunga durante a caminhada para a conquista do penta.
Alves ajudou o zagueiro a ser reerguer após a falha no gol do inglês Michel Owen, nas quartas de final do torneio o Brasil, com Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, conseguiu virar o placar e seguir a diante. "Para mim a receita é aprender com Deus: Ele nos diz que tudo é passageiro", disse Lúcio, em entrevista recente à Rede Globo.
O defensor divide com Kaká, cuja chuteira trará os dizeres "Jesus em primeiro lugar" (escrito em inglês) durante a Copa, a liderança da ala evangélica da seleção. Integram também o grupo Luís Fabiano, Luisão, Daniel Alves, Felipe Melo, Gilberto Silva e Jorginho, auxiliar direto de Dunga. O núcleo se reúne seguidamente para orar no fechado Hotel Fairway, concentração do país na África.
Nas raríssimas folgas concedidas pela CBF, é provável que o culto seja celebrado por Alves fora do ambiente da seleção. "Tranquilo... Deus está no controle de tudo!", escreveu recentemente em seu Twitter (rede de microblogs na internet) o camisa 10, um dos presbíteros da Igreja Renascer em Cristo, do apóstolo Estevam Hernandes preso em 2007 nos Estados Unidos por tentar entrar no país com dólares não declarados.
Alves tem evitado a imprensa. Surpreendido com o pedido de entrevista, não quis falar com a Gazeta do Povo durante rápido contato em uma cafeteria do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na segunda-feira fazia conexão para chegar à África do Sul. "Não tem porquê", resumiu ele, encerrando a conversa.
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