O pastor da Hillsong Church em Nova York, Carl Lentz, acredita que o termo "evangélico" tem sido cada vez mais distorcido, principalmente quando a palavra é usada dentro de um contexto político.
"O termo evangélico tem sido, na minha opinião, quase sequestrado. Eu hesito em usar essa palavra — e isso é uma vergonha, porque os evangélicos, no seu sentido mais puro, são um grupo de pessoas que acreditam que Jesus é o Senhor, Jesus é Deus", disse ele em entrevista à rede de televisão MSNBC no domingo (17).
Conhecido por ser o pastor de celebridades como Justin Bieber, Lentz acredita que a palavra "evangélico" deveria significar uma pessoa que vive o Evangelho de Cristo, mas o termo tem sido usado para definir pessoas "brancas", "de direita" e "conservadoras" dentro do contexto americano.
O pastor Lentz também comentou sobre o uso equivocado da Bíblia pelas autoridades americanas, como no caso do procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, que citou a as Escrituras para justificar a política de contenção à entrada clandestina de famílias ao território americano.
Na última quinta-feira (14), Sessions citou a Bíblia para defender a separação de crianças do resto de seus familiares, que ficam detidos em lugares diferentes. "Citaria o apóstolo Paulo e seu claro e sábio mandamento de Romanos 13: 'Obedeceis as leis do governo porque Deus ordenou o governo para seus propósitos'", disse Sessions.
Lentz condenou as sessões políticas que usam a Bíblia dessa maneira. "Se você tem alguma compaixão, eu acho que você pode algo em relação a isso. E quando você vê os políticos, especialmente, usando a clássica má aplicação das Escrituras, você espera ter a oportunidade de [demonstrar compaixão] — responder as pessoas, caso elas estejam se perguntando, como é este Jesus? Este é o cristianismo? Isto é a Bíblia? Absolutamente não!"
A confusão sobre a identidade evangélica nos EUA levou a Associação Nacional de Evangélicos (NAE, na sigla em inglês) a esclarecer exatamente quem são os evangélicos.
"Como há milhões de nós espalhados pelos Estados Unidos e outros países ao redor do mundo, há subgrupos identificados por onde moramos, como votamos, pelo nível de nossa educação ou até mesmo por nossas expressões culturais", avalia a organização. "Às vezes, esses subgrupos ou seus líderes são identificados como típicos de todos os evangélicos, embora não haja consenso, conexão ou comunicação entre eles".
"O que todos os evangélicos têm em comum não exige conexão organizacional, afiliações denominacionais ou liderança compartilhada. Nosso vínculo em comum é a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador", acrescenta a NAE.
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