Pastor deixa igreja para evangelizar nas casas: "Ministério não depende de números"

O pastor Lynn Cory decidiu deixar a liderança de sua igreja, quando percebeu que tinha um grande 'campo missionário' fora dela.

Fonte: Guiame, com informações do God ReportsAtualizado: terça-feira, 24 de outubro de 2017 às 12:43
Estudo bíblico. (Foto: northfitzroyadventist.com)
Estudo bíblico. (Foto: northfitzroyadventist.com)

Apesar de liderar um grupo universitário de 500 estudantes, o pastor Lynn Cory sentiu que algo estava errado com seu ministério em uma grande igreja do Vale de San Fernando, em Los Angeles (EUA). Tudo parecia ser "sempre para dentro da própria igreja".

Então, depois de 10 anos de um ministério "próspero", ele desistiu de uma posição ministerial bem remunerada para trabalhar em uma empresa de publicidade, onde ele visualizou um grande "campo missionário", já que grande parte dos funcinários ainda não eram cristãos.

Hoje, Lynn tem uma aversão ao que muitos outros pastores desejam: grandes multidões, templos extravagantes e os melhores horários na TV para manter seus programas. Deus o levou a uma abordagem diferente, trazendo os indivíduos a Cristo um de cada vez "vizinho a vizinho".

Sobre esta diferença gritante de propósitos, ele deu alguns conselhos drásticos aos que buscam somente as multidões: "Jogue o seu megafone no lixo; desista dos grandes projetos de construção; livre-se das estratégias de crescimento da América corporativa; se liberte do show de Hollywood. E, acima de tudo, descarte o mantra de que o sucesso do seu ministério depende de números.

"Vá e seja um bom vizinho", ele continua a aconselhar. "Faça amizade com as pessoas ao lado. Asse um torta ou os convide para jantar em sua casa. Desmonte sua agenda lotada e compartilhe o estilo de cozinhar lento do amor de Cristo, ganhando confiança deles ao longo de meses e anos".

Lynn chama essa abordagem para o evangelismo de "Iniciativa de Vizinhança", e expôs as virtudes de revirar os paradigmas das igrejas de cabeça para baixo em dois livros: "Iniciativa de Vizinhança e O Deus de amor" e "Igreja Encarnacional". Este segundo livro motiva a fazer o mesmo que Jesus fez enquanto viveu como homem na Terra: ser o ponto de referência face a face e revelar o amor de Deus àqueles que não O conhecem.

Lynn vê um movimento se formando desde a cidade de Chico, na Califórnia até o estado de Illinois. Até mesmo pastores de grandes igrejas estão se inscrevendo. Eles estão se afastando do 'espetáculo da fé' e retornando a aquilo que é citado no Livro de Atos como um ministério "de casa em casa".

O argumento de Lynn é convincente. Ele cita dados de pesquisas do grupo cristão Barna, que descobriram que 80% do crescimento das igrejas se dá por transferência de membros. As igrejas não estão convertendo pessoas; elas parecem estar "roubando de igrejas com menos recursos".

Além disso, nem todas as igrejas têm recursos para montar um alcance do estilo do grande evangelista 'Greg Laurie', que realiza cruzadas com a participação de dezenas de milhares de pessoas. Por não poderem, muitas igrejas expressam desânimo. Mas qualquer um pode visitar seu vizinho com uma boa torta e mostrar preocupação com seu bem-estar.

"Deus se move à velocidade do relacionamento", diz um capítulo do livro de Lynn.

"Campo missionário" na vizinhaça

Hoje, Glen Taylor é o pastor da Vineyard Pasadena Community Church. Anteriormente, ele era missionário na Ásia Central há 23 anos. Por causa da hostilidade dos muçulmanos com relação ao cristianismo, Taylor teve que pregar o evangelho de uma forma mais cautelosa, fazendo amigos e compartilhando como pessoas abertas a ele.

Então ele voltou para os EUA e ficou insatisfeito com as estratégias de evangelismo prevalecentes no país.

"Fiquei frustrado com a ineficiência do modelo de igreja convencional para produzir uma porcentagem elevada de discípulos que vivem genuinamente uma vida de transformação e missão. O relacionamento deve ter prioridade sobre tudo o que eu faço", afirmou.

A 'Igreja da Vizinhança', em Fresno, levou essa abordagem a um novo nível. O pastor Joe White identificou 923 casas de 3.500 residentes em torno de sua igreja e que a congregação atende como "vizinhos". Ele criou um centro de tutoria, uma fazenda urbana e uma oficina de treinamento de trabalho em um edifício abandonado.

"A nossa comunidade é uma igreja para pessoas que não gostam de igreja", diz White.

 

 

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