Na última terça-feira (10), o pastor Natanael Santos, da Assembleia de Deus, foi detido e levado para a delegacia, em Coroatá, no Maranhão, por realizar um culto em uma das ruas da cidade.
O culto estava sendo realizado nas proximidades do Fórum de Justiça do município, quando, segundo testemunhas, a juíza Anelise Nogueira Reginato, titular da 1ª Vara da Comarca de Coroatá, reclamou do volume da pregação e pediu ao pastor que diminuísse. Uma pastora também participava do culto, cantando.
Natanael atendeu ao pedido da juíza, porém ela alegou que que ele estava aumentando o som novamente e chamou a polícia para conduzir o pastor e a pastora à delegacia.
Após serem detidos a mando da juíza, os líderes evangélicos ficaram cerca de uma hora e meia detidos na delegacia e foram liberados, mas com ordem de retornar para prestar depoimento.
Em seu perfil do Instagram, o pastor Natanael publicou um vídeo comentando o ocorrido e mostrou que não está intimidado pela situação.
“Não devemos nos calar. Devemos continuar pregando o Evangelho, com convicção, autoridade e poder, aquilo que Cristo colocou em nossas mãos”, disse ele.
Repúdio
O ocorrido acabou gerando grande revolta entre cidadãos e autoridades de Coroatá, levando uma multidão às ruas para protestar por liberdade de expressão e de culto.
No dia seguinte ao episódio, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) publicou um vídeo em suas redes sociais, informando que entrou com um pedido ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para pedir o afastamento da juíza Anelise Nogueira.
A atitude da juíza também foi repudiada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que divulgou uma nota da Secretaria de Relações Institucionais, apoiando a Assembleia de Deus em Coroatá (MA).
A mesma juíza que inventou uma absurda cassação contra minha candidatura em 2018 resolveu coagir e prender um pastor na cidade de Coroatá, que não estava cometendo qualquer crime. Repudiamos essa agressão à liberdade religiosa, conforme nota oficial que já divulgamos >> pic.twitter.com/GIznAoSyy5
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) November 11, 2020
A Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Maranhão também emitiu uma nota, repudiando a atitude da juíza e reafirmando a luta em favor da liberdade religiosa.
“A Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Estado do Maranhão – CEADEMA, na pessoa de seu Presidente, Pr. Pedro Aldi Damasceno, repudia veementemente o ato arbitrário e inconstitucional da Juíza da cidade de Coroatá-MA, em prender o Pastor Natanael Diogo, pastor ordenado por esta convenção, no total abuso de autoridade na noite de ontem”, diz parte da nota.
“A igreja em Coroatá, dirigida pelo mui digno Pastor Raimundo Bené da Silva, está mobilizada em oração. Pedimos, portanto, que os nossos irmãos no Brasil e especialmente no Maranhão, se unam a nós em oração, sabendo que do Senhor vem a vitória”, acrescenta. “Informamos que a CEADEMA está acompanhando a situação, direcionando, inclusive, advogados para as medidas legais, haja vista, um dos preceitos basilares da nossa constituição é a liberdade religiosa”.
A Assessoria de Comunicação da Corregedoria de Justiça do Maranhão informou que, após contato com a magistrada Anelise Reginato, não houve determinação judicial de prisão dos líderes evangélicos.
"Segundo informações da juíza, a Polícia, ao ser acionada, em razão da intensidade do som utilizado em evento realizado no meio de uma via pública, lavrou Termo Circunstanciado de Ocorrência - TCO contra os organizadores do evento. Portanto, a magistrada não determinou prisão de qualquer pessoa em razão de TCO, lavrado pela autoridade policial com base no artigo 42 da Lei de Contravenções Penais (3.688/41)", diz a nota da assessoria.
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