Pastor toca Chico Buarque e Jota Quest no culto e diz: “Não podemos ser esquisitos no mundo real”

Segundo o pastor Filipe Falcão, o Lipão, de 26 anos, essa foi uma forma de conquistar três mil jovens e mantê-los na igreja. “Não queremos ser mais uma igreja, o segredo é ser uma igreja diferente. Não podemos ser esquisitos no mundo real.”

Fonte: Guiame, com informações de IGAtualizado: sexta-feira, 20 de março de 2015 às 19:09
Pastor Filipe Falcão, o Lipão, líder da Igreja Onda Dura, com sede em Joinville (SC).
Pastor Filipe Falcão, o Lipão, líder da Igreja Onda Dura, com sede em Joinville (SC).

 

A Igreja Onda Dura, com sede em Joinville (SC), é resumida em seu lema: "Tão igreja, mas tão igreja que nem parece uma." Uma das características mais peculiares do ministério são as músicas seculares tocadas durante os cultos – Coldplay, Chico Buarque e Jota Quest estão no repertório.

Segundo o pastor Filipe Falcão, o Lipão, de 26 anos, essa foi uma forma de conquistar três mil jovens e mantê-los na igreja. “Não queremos ser mais uma igreja, o segredo é ser uma igreja diferente. Não podemos ser esquisitos no mundo real.”

O pai de Lipão, pastor Everaldo Estrada, é fundador da Comunidade Cristã Siloé – onde o jovem se converteu aos 18 anos. Um pouco depois da conversão, Falcão resolveu criar uma nova igreja para alcançar o público jovem.

Caracterizado pelas tatuagens, alargadores e o amor pelo surfe, Lipão garante: “Não tenho essa imagem para tentar alcançar o jovem. Tenho essa imagem porque sou jovem.” O pastor Falcão recusa, ainda, comparação com a igreja Bola de Neve. Segundo ele, a informalidade vai além das tatuagens e músicas “do mundo real” que são tocadas nos púlpitos da igreja.

"Jesus não ouvia música cristã, não ia às festas cristãs, tampouco só conversava com cristãos. Reavalie o que é santidade", desafiou Falcão durante uma pregação na sede da igreja, que possui filiais em outras 12 cidades da região sul do País.

A Onda conquistou muitos fiéis homossexuais e usuários de drogas e o pastor explica que o segredo está em ensinar as palavras de Deus, e não empurrá-las “goela abaixo”, ferindo os princípios da igreja primitiva. “Apenas pregamos o que está na Bíblia. Ela reprova essas atitudes, sim, mas ninguém aqui vai falar ‘você é pior do que eu’. Se alguém chegar para mim e falar ‘sou gay, fumo maconha e não quero mudar’, respondo: ‘Beleza, pode continuar’. Não é uma pegada de imposição”. 

Campanha da cruz

Durante 21 dias, em fevereiro, a Onda Dura convocou milhares de jovens a carregarem uma cruz de madeira, com meio metro de comprimento, por todos os lugares que fossem.

Haviam cruzes presentes nas ruas, ônibus, salas de aula, banheiros e até na praia. A missão, praticada no período da quaresma, fez parte de uma ação simbólica inspirada nos evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. 

“Jesus disse ‘quem vier após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e me siga’. Ele estava querendo dizer que para ser um seguidor, a gente teria que morrer para nós mesmos, matar nosso orgulho, vaidade, pecado”, disse o pastor Falcão, explicando que a ação não se tratava de um período de penitência, mas de ensino. A ação contou com a participação de 2,5 mil pessoas.


 

 

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