Os latino-americanos estão mais exigentes com seus governos e com os serviços prestados pelo setor privado. A conclusão é da pesquisa da ONG Latinobarómetro, divulgada na semana passada no Chile.
Os índices de pobreza no continente vêm caindo e tem surgido uma nova classe média e as novas gerações tem um maior nível de educação formal. Os habitantes da América Latina ficaram mais exigentes, segundo afirmaram Marta Lagos, diretora da ONG, e Carlos Macuada, um dos pesquisadores da entidade.
O levantamento foi realizado em dezoito países da América Latina e mostra que 40% dos latino-americanos têm um nível de educação superior ao dos seus antepassados. As novas gerações têm um nível maior de educação em relação à geração anterior. Também conhecem seus direitos e acham que o governo não corresponde (a suas demandas), diz Macuada.
De acordo com a ONG, a satisfação com a democracia também tem regredido na região. O apoio à democracia caiu na região de 61% em média a 58%, depois de quatro anos de crescimento, diz o relatório.
O relatório mostra ainda que 72% dos brasileiros confiam na capacidade do Estado de solucionar os problemas de delinquência, narcotráfico, pobreza e corrupção. Ainda assim, a média da confiança dos Brasileiros no governo caiu de 45% para 39% entre 2010 e 2011.
O Brasil é o único país da América Latina onde existem mais cidadãos dispostos a cumprir suas obrigações do que a exigir seus direitos. E os brasileiros também voltaram a ser identificados como os mais otimistas da América Latina, seguindo o padrão de levantamentos anteriores.
A religião foi um dos quesitos da pesquisa e traz algumas revelações que análises como o IBOPE, por exemplo, não levam em consideração. O estudo da Latinobarómetro aponta ainda que a confiança na Igreja está em queda na região.
Numa comparação entre os dados da primeira pesquisa deste tipo, realizada em 1995 e a mais recente, de 2010, alguns resultados chamam atenção.
O índice dos que disseram ter Muita confiança caiu de 58% para 45%. Os que afirmam ter alguma confiança variou de 16% para 37%. Pouca confiança foi a resposta que variou de 17% para 12% e nenhuma confiança caiu de 9% para 6%.
No quesito nenhuma confiança os membros de cultos afro tem o menos índice de descrença (5.3%) enquanto os que mais desacreditam são, obviamente, os ateus, com 35.4%.
Há outros índices que devem ser levados em conta, mas que revelam aspectos interessantes sobre a relação da fé das pessoas com suas expectativas na vida.
Com informações BBC Via Gospelprime
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