Perdidamente religiosos

Perdidamente religiosos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:37

Existem pelo menos duas classes de perdidos dentro de uma igreja. A primeira seria aquele tipo de pessoa que está se aproximando do Evangelho. Que está conhecendo a palavra, frequentando com certa regularidade os cultos e que vive ainda a dúvida de aceitar ou não, a salvação e a reconciliação com Deus. Fazem muitas coisas erradas ainda, mas estão procurando o caminho certo, não é a estes que me refiro.

Quero falar da segunda classe de perdidos. Aqueles que estão na igreja conhecem bem todo o contexto cristão, conhecem inclusive as escrituras, observam os mandamentos, são consideradas pessoas religiosas pelos amigos, cumprem as normas da congregação, mas estão completamente perdidos. Talvez você esteja perguntando - Isso é possível? - Não só é possível, como é mais comum do que imaginamos! Vejamos a seguinte história narrada no Evangelho de Mateus:

"Eis que alguém se aproximou de Jesus e lhe perguntou: 'Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos. Quais?, perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe' e 'amarás o teu próximo como a ti mesmo'. Disse-lhe o jovem: A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda? Jesus respondeu: 'Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me. Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas". - (Mt 19:16-22 / NVI)

O jovem rico da narrativa de Mateus, era um membro acostumado com os preceitos religiosos, do tipo; "isso pode!" - "isso não pode!" Provavelmente um rapaz bem comportado, exemplar em seus procedimentos sociais, ativo na igreja, participativo nas programações dos cultos, enfim um bom membro eclesiástico, mas principalmente INFELIZ! - Por quê?

Porque ele não tinha certeza de que possuía a promessa de Deus em sua vida. Apesar de cumprir preceitos religiosos, ele estava em busca da verdadeira salvação. Questionou Jesus sobre o quê precisaria fazer para "herdar a vida eterna". Não havia em si uma convicção inabalável de que seu comportamento religioso lhe garantiria a Graça de Deus. A observação de mandamentos não é sinônimo de salvação, mas obedecer é aos termos bíblicos, é a consequência do amor à Deus. É a decisão de amar a Deus acima de todas as coisas que me leva a obediência, e não a obediência sem amor que me leva à Deus. Jamais podemos desassociar estas duas coisas. Obediência que não reflete o verdadeiro interesse (amor) não é obediência mas religiosidade. Este era o problema do jovem, não o de ser rico, mas o de preferir muito mais a riqueza do que a Deus.

Deus não pode aceitar nossa espiritualidade, se Ele não possui a primazia em nosso coração. Se tudo o que temos e somos, não for para Ele primeiramente, nada do que fazemos pode agradar a Deus. Exercer uma religião sem um relacionamento íntimo com Deus, mesmo observando todas as regras geram um "vazio na alma".

Muitos destes "perdidos" na igreja, estão tendo um vida religiosa, mas sem intimidade com o Rei dos reis. Viver uma religião sem amar a Deus, é a maior de todas as ilusões. É a nossa relação com Ele que gera uma vida de compromisso, não o contrário. Afinal que tipo de relacionamento pode dar certo se convivermos com alguém que de fato não amamos, ou não nos ama?

Por Bruno dos Santos

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