O ministério de Randy Clark, fundador da Global Awakening, é marcado pelas curas e transferência de unção. Como o assunto ainda é tema de muitas dúvidas entre os cristãos, ele apresentou a base bíblica para a doutrina na conferência Voz dos Apóstolos.
“Se você não acreditar que é bíblico, você vai ficar relutante e não vai ter fé para receber. Eu já fiz isso no meu passado. Eu julguei o culto até que o culto me julgou”, disse Randy na última quinta-feira (6), na Igreja da Cidade em São José dos Campos.
A primeira verdade estabelecida por Randy Clark é que a unção não vem de homens, mas de Deus.
“Eu não acredito que eu tenho poder para transferir ou ativar dons. Minha fé não está em mim, está na palavra profética que Deus me deu. Está nas Escrituras, no logos de Deus. Está em Sua palavra rhema. Está no fato de que Deus ainda fala”, disse.
O pastor conta que, certo dia, alguém o pediu uma oração para ter mais unção, mas ele respondeu: “Hoje à noite, quando a palavra tiver sido liberada e a presença de Deus estiver em nosso meio, é que você vai receber. Porque eu sei que eu não sou a fonte, Deus é a fonte.”
Segundo Randy, este é o principal fundamento quando se trata de ministrar cura ou transferência de unção. “Você não quer uma palavra profética da minha pessoa, se não seria uma palavra patética. Mas quando, dirigido pelo Espírito Santo, trazemos uma palavra vinda da parte de Deus, aí há um grande poder profético.”
Ele então fez uma comparação: “É igual você dizer ao entregador do Correios: ‘Não quero nenhuma conta chegando como correspondência, somente presentes’. O entregador do Correios não determina o que você vai receber, quem determina isso é a fonte.”
Randy Clark na conferência Voz dos Apóstolos 2022. (Foto: Global Awakening Brasil)
“Se o entregador der a você um lindo presente com muito dinheiro, você não fala para o seu vizinho: ‘O cara do Correios é muito legal!’ Você vai ver no remetente quem realmente te enviou aquele presente, e é para essa pessoa que você vai demonstrar tanta gratidão.”
Por isso, ele conclui: “Não me confunda com a verdadeira fonte, eu só sou o entregador do Correios.”
A transferência de unção é bíblica
Para aqueles que têm receio de a transferência de unção não ser uma doutrina bíblica ou até mesmo de ser algo “do diabo”, Randy aponta diversos versículos bíblicos como fundamentos.
O primeiro deles está na época de Moisés, quando 70 homens anciãos de Israel foram reunidos diante de Deus. “Então descerei e ali falarei com você. Tirarei do Espírito que está sobre você e o porei sobre eles.” (Números 11:17)
“Deus realmente desceu e transferiu o Espírito de Moisés para eles e todos profetizaram”, observou o pastor. “Moisés não tocou nenhum deles. No Velho e Novo Testamento, Deus faz a transferência de duas formas: sem a imposição de mãos e com a imposição de mãos. As duas maneiras são bíblicas.”
Outro exemplo está em Deuteronômio 34:9, que diz: “Josué, filho de Num, estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés havia imposto as mãos sobre ele.”
O apóstolo Paulo, em sua carta a Timóteo, também mencionou este princípio: “Não negligencie o dom que lhe foi dado por mensagem profética com imposição de mãos dos presbíteros.” (1 Timóteo 4:14)
Em outra carta, Paulo diz: “Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos.” (2 Timóteo 1:6)
Já na igreja primitiva, “quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas e a profetizar”, diz Atos 19:6.
A unção atrai pessoas a Jesus
O que atrai os descrentes para Jesus é o poder do Espírito Santo, não o esforço humano, lembra o pastor.
“A maioria dos muçulmanos que estão se convertendo, é porque tiveram algum milagre ou cura. Cerca de 80% dos africanos que se convertem é por causa de algum milagre ou cura”, avaliou.
O que causou essas pessoas a virem a Jesus? Randy cita uma declaração do apóstolo Paulo: “é pelo poder dos sinais e prodígios, e pela virtude do Espírito de Deus.” (Romanos 15:19)
“Em outras palavras, ele disse: eu não vou falar sobre outras coisas, a não ser o que Jesus fez. E o ministério de Jesus era sempre fazer uma obra milagrosa. Paulo entendeu que os milagres que aconteciam através dele não eram pelo seu poder, mas pelo poder do Espírito Santo através dele”, disse Randy.
Randy Clark na conferência Voz dos Apóstolos 2022. (Foto: Global Awakening Brasil)
O pastor diz que Paulo poderia ser mal interpretado nos dias de hoje.
Em Romanos 1:11, ele diz que anseia vê-los “a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los.”
“Isso poderia ser facilmente mal entendido. Ele facilmente seria alvo dos cristãos que querem julgar a todos, como fariseus. ‘Ele pensa que ele mesmo pode transferir seu dom para alguém?’ Mas esse versículo deve ser lido pela ótica de Romanos 15, na qual ele falou: é pela virtude do Espírito de Deus’”, esclarece.
Por fim, Randy cita Hebreus 6:1-2, que diz: “Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus, da instrução a respeito de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno.”
E então explica: “De acordo com Hebreus, a doutrina de imposição de mãos é uma das seis doutrinas mais importantes e básicas da igreja primitiva. Eu estudei quatro anos na faculdade de Teologia e depois fiz mais três anos de mestrado em Divindade e eu não vi um ensino sobre imposição de mãos. Mas é um fato que grande parte da igreja tem continuado a praticar isso. O que estamos compartilhando não é uma doutrina opcional.”
Sobre a Voz dos Apóstolos
A Voz dos Apóstolos já acontece há 20 anos nos Estados Unidos, com a proposta de reunir os “generais da fé” dos dias modernos a fim de transmitir ensino, capacitação e unção.
No Brasil, a conferência esteve em sua 2ª edição, de 5 a 8 de outubro, na Igreja da Cidade, em São José dos Campos (SP).
Além de Randy Clark, idealizador do encontro, houve preletores brasileiros como Carlito Paes, JB Carvalho, Abe Huber e Paulo Mazoni. Entre os internacionais, estão Leif Hetland, Tom Jones, Katherine Ruonala, Kim Maas, William Wood, Charity Cook, Richie Seltzer e Brian Starley.
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