Nesta sexta-feira, 31/10, a Reforma Protestante comemora 497 anos. Iniciada por uma atitude de protesto do então monge agostiniano e professor de teologia alemão Martinho Lutero, o Movimento aparentemente religioso acabou ganhando também efeitos políticos na época (1517).
Com a proposta de alertar o catolicismo romano e a população da época sobre valores do cristianismo que estavam sendo distorcidos pela sistema religioso da época - como a venda de indulgências, por exemplo - Lutero listou as conhecidas "95 Teses", ou seja, os principais conceitos que deveriam ser revistos pela Igreja.
Há quem diga que Lutero chegou a afixar as teses por escrito na porta da igreja castelo em Wittenberg, Alemanha, a 31 de Outubro de 1517. Porém outros acadêmicos questionam a veracidade deste fato especificamente, por não haver relatos oficiais sobre isto. De qualquer forma, os pontos abordados por ele nesta lista marcaram o início do Movimento que se espalhou pela Europa e, posteriormente chegou a outros continentes.
Segundo o Historiador Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil e Coordenador da área de Teologia Histórica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alderi de Souza Matos, a Reforma Protestante tem sua relevância por ter gerado uma grande mudança na história do cristianismo.
"A Reforma Protestante foi importante para o cristianismo porque chamou a atenção para verdades (doutrinas) e práticas bíblicas que haviam sido esquecidas ou distorcidas pela Igreja Medieval. Não foi um movimento inovador, mas restaurador das convicções e ênfases do cristianismo original. Algumas de suas principais contribuições foram: retorno às Escrituras; a centralidade de Cristo; a salvação vista como dádiva da graça de Deus, a ser recebida por meio da fé; a Igreja não é a instituição ou a hierarquia, mas o povo de Deus – cada cristão é um sacerdote", destacou.
Vertentes
Resultante - entre outros fatores - da próprio direito "ao livre exame das escrituras", defendido por Lutero, a Reforma desencadeou efeito que ainda são evidentes até os dias de hoje: a multiplicidade de denominações evangélicas.
"Lutero defendeu firmemente a sacerdócio universal dos fiéis, mas essa não é a principal razão da existência de muitas igrejas evangélicas. A razão maior está no princípio do 'livre exame', ou seja, o direito de todo cristão de estudar por si mesmo as Escrituras, não ficando preso à autoridade da Igreja ou a uma interpretação 'oficial' da Bíblia", explicou.
Desenrolar
Segundo o historiador, o Movimento também acabou ganhando diferentes influências à medida que ganhava adeptos nos mais diversos países, como aconteceu na Europa, por exemplo.
"A Reforma teve características distintas em outras partes da Europa por vários motivos: as personalidades e ênfases dos outros reformadores, as peculiaridades culturais das outras nações e as realidades políticas dessas nações", disse.
Para conferir a lista completa das 95 teses, clique aqui .
Com informações de Mackenzie.br
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