“A rejeição rouba sua identidade e te faz querer ser outra pessoa”, alerta pastor

“Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”, questionou o pastor Joel Engel nesta terça-feira (20), em um culto de ação de graças, inspirado no Salmos 116:12.

“Você respira? Já é um motivo para agradecer a Deus”, respondeu, em seguida, o pastor.

Falando de gratidão, Engel lembra que precisamos reconhecer a essência que Deus colocou em nós e sermos gratos por ela.

Cada pessoa na terra tem uma essência e carrega uma partícula da divindade”, explica. “Não há nada na criação que não tenha pelo menos uma faísca de Deus. Cada um de vocês carrega algo lá dentro, que é a essência.”

Por outro lado, Engel diz que quando nos esforçamos para adaptar a nossa essência ao padrão de outras pessoas, podemos ter o coração amargurado pela rejeição.

“A rejeição rouba a sua identidade e você acaba querendo ser outra pessoa. E aí vem a maquiagem, a máscara: você passa a mostrar outra pessoa para os outros”, disse. “Eu também passei por isso e já me senti rejeitado.”

Experiência em Israel

Engel então contou uma experiência que viveu em Israel, em 2006, onde ele entendeu de forma profunda a viver a essência que Deus colocou dentro dele.

“Na época eu passava por um problema com meu filho em casa. Quando estamos felizes, muitas coisas tem valor — seu nome ser citado, você ter a oportunidade de pregar. Mas quando surge um problema na sua casa, ou vem a morte, ou a doença, você descobre que há valores muito maiores, que você nem imaginava que eram tão importantes”, afirma.

“Há muitas pessoas que, ao passar por problemas, perdem a perspectiva de quem elas são. E se você não sabe quem você é, você não consegue saber quem é seu Pai”, acrescentou.

Durante sua viagem a Israel, o pastor revela que sentiu Deus perguntar: “Até quando você vai lutar contra a sua identidade? Quando você vai assumir a identidade espiritual que você tem?” Foi então que ele se abriu para o trabalhar de Deus, de acordo com o formato estabelecido por Ele.

Sua viagem acontecia em um momento hostil — militares israelenses estavam em dias de confronto com o grupo Hezbollah. Na época, ele estava com o cabelo comprido, o que poderia causar problemas com árabes.

“Os irmãos me diziam: se você andar de cabelo comprido no meio da rua, eles vão cortar com um facão”, brincou Engel.

Ainda assim, o pastor conta que viu Deus fazer “coisas extraordinárias” sem precisar “se esforçar para ser o que não é”, somente crendo na Palavra Dele.“Quando Jesus chegava aos lugares, Ele amava as pessoas que não escondiam quem elas eram, mas Ele detestava os religiosos que queriam aparentar uma santidade que não tinham”, observa.

Movido pela essência dada por Deus

Nos últimos dias da viagem, Engel conseguiu dois tradutores para pregar — um deles traduzia para o hebraico e o outro para o árabe. “Quando terminou aquela mensagem, a coisa mais doida aconteceu. Falar de Jesus em certos lugares é mais sério do que possam imaginar”, disse.

^{(Foto: Ministério Engel)}

“No final daquela reunião, só pude ver choro e lágrimas. Eu peguei uma mãe judia e uma mãe árabe, e disse: ‘Essas duas mães não querem mais guerras. A essência de vocês é a mesma. Vocês têm um único pai, chamado Abraão. E o Pai do céu também não quer mais guerra, porque Ele sabe o que é perder um filho’”, relata.

Naquela reunião, um árabe foi tocado e fez uma oferta a Joel Engel, para que fosse produzido um livro com essa mensagem. “Depois uma grande fila se formou, todos colaborando para o livro”, conta o pastor.

Engel conta que o livro foi impresso por uma gráfica local e ficou pronto em tempo recorde e seu propósito naquele lugar foi cumprido. 

“Deus falou comigo que eu teria que aceitar o que Ele tem para mim. Não tem nada a ver com o que Ele tem para outro pastor”, disse. “A descoberta da sua essência, motivo pelo qual Deus te trouxe a terra, vai te custar um preço: tudo.”