"Sim, luto contra a atração de mesmo sexo", afirma pastor luterano

"Sim, luto contra a atração de mesmo sexo", afirma pastor luterano

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:14

O Rev. Tom Brock é um pastor sênior da Igreja Luterana Esperança em North Minneapolis que recentemente se tornou o centro de uma polêmica depois que suas batalhas pessoas contra a atração de mesmo sexo se tornaram públicas. No começo de junho, um jornalista disfarçado, da publicação homossexual “Lavender” com sede em Minnesota, se infiltrou e revelou para todos a participação de Brock numa filial local de Courage (Coragem), um grupo de apoio na base da oração, dirigido por católicos, voltado para homens que lutam contra atrações indesejadas de mesmo sexo.

Brock, de 57 anos e virgem conforme sua própria confissão, diz que nunca se envolveu com conduta homossexual. Uma investigação de duas semanas feita por sua igreja, que faz parte da conservadora Associação de Congregações Luteranas Livres, confirmou que não existe nenhuma evidência ao contrário.

“Lavender” admitiu que fez a reportagem para desacreditar Brock, que tem se manifestado publicamente em sua defesa do casamento tradicional e que tem criticado a Igreja Evangélica Luterana dos EUA por permitir que indivíduos envolvidos em relacionamentos homossexuais ativos sirvam no clero.

Brock retornou a seu púlpito na Igreja Luterana da Esperança no domingo passado pela primeira vez desde que foi colocado de licença administrativa enquanto uma equipe da igreja conduzia sua investigação. Ele foi bem-vindo de volta com todos o aplaudindo de pé.

Agora numa entrevista para LifeSiteNews.com (LSN), Brock fala sobre a polêmica pública, seu ministério, sua cruz pessoal de atração pelo mesmo sexo, seu desejo de permanecer fiel a Jesus Cristo, os ensinos da Bíblia e o perdão aos inimigos. Mas o que é mais importante é que ele diz para LSN que sua tribulação fortaleceu seu testemunho da esperança, cura e perdão que todas as pessoas podem encontrar em Cristo.

A seguir, a transcrição da entrevista:

LSN: Há quantos anos você é pastor sênior da Igreja Luterana da Esperança?

Brock: Vinte e um anos. E fui sete anos co-pastor antes disso. Portanto, tenho trabalhado nesta igreja por 28 anos.

LSN: Há quanto tempo você é cristão?

Brock: Tenho sido cristão - vamos explicar isso desta maneira - penso que eu era cristão quando era menino, mas ficou realmente melhor quando eu estava na faculdade, onde me aprofundei muito mais em meu compromisso.

LSN: O que inspirou você a seguir o chamado de Cristo na Igreja Luterana?

Brock: Na verdade, eu estava querendo me tornar pastor batista, mas então descobri algumas igrejas luteranas que eram tão cheias de fogo quanto qualquer igreja batista. Descobri que dá para sermos evangélicos e luteranos ao mesmo tempo. Por isso, decidi ficar.

LSN: Agora você disse que luta contra a atração de mesmo sexo, mas que isso não faz de alguém homossexual. Você pode explicar isso um pouco mais?

Brock: Penso que o mito de nossa cultura nos últimos 15 anos tem sido que Deus faz você gay, que você nasceu gay e até que Deus não mudará isso ou não pode mudar isso. E penso que isso é um mito - e eu poderia estar errado nisso, mas não penso que estou - minha convicção é que todos nascemos heterossexuais, e que algo cedo na vida sai errado.

Um psiquiatra que trabalhou com centenas - e talvez milhares de pessoas, não consigo me lembrar do que ele disse - mas ele disse que nunca encontrou um cliente que quando era menininho tivesse tido um relacionamento chegado com seu pai. Não que ele não pudesse ter mais tarde na vida. Mas de todos os homens que ele tratou com isso, o grande elo é que quando eles eram muito novos, com a idade de dois, três ou quatro anos, houve um colapso no relacionamento com o pai.

Agora, dito isto, se na verdade chegarem a descobrir um ‘gene gay’ e for revelado que é genético, realmente ainda não muda nada. Se você crê no Pecado Original, que todos nascemos pecadores, e isso tudo resulta em diferentes modos em diferentes vidas, realmente não muda nada. Há pessoas com tendências criminosas desde o nascimento, talvez, mas isso não lhes dá um direito de roubar um banco.

LSN: Só como lembrete, Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, fez muitas pesquisas com genes e a decifração do genoma humano, mas também disse que só porque temos um gene tendente para algo, não significa necessariamente que temos de terminar de certo modo.

Brock: Se é pela natureza ou criação - acredito que seja coisa de criação - no fim das contas realmente não importa. A Bíblia diz que não podemos fazer isso, e eu não faço.

LSN: O que levou você a buscar um grupo como o Courage?

Brock: É uma luta para mim - ainda é uma luta - esse negócio de atração de mesmo sexo. Todos nós precisamos de nossos irmãos e irmãs em Cristo. Como pastor, prego para minha congregação que todo cristão precisa de um parceiro de oração ao qual possamos prestar contas, orar por nós em nossas lutas, etc. Mas esse foi o meu jeito de fazer com que eu mesmo prestasse contas à igreja.

LSN: Como exatamente você descreveria a reunião do Courage? Foi benéfica, qual foi sua perspectiva?

Brock: [Riso] Olha, eu costumava ficar sentado ouvindo “Aves Marias” - com o que não estou totalmente de acordo -, mas logo que a reunião começava, costumávamos orar, costumávamos aconselhar uns aos outros em pureza e, basicamente, falar sobre nossas vidas. Boa parte da reunião não tinha realmente a ver com essa batalha em si, mas eram pessoas conversando sobre como suas vidas estavam naquela semana, e seus estresses, e isso às vezes pode ter relação com essa luta. Mas era um grupo de confidencialidade, e na nação inteira há esses grupos chamados Courage, e há também o Exodus Internacional. Há todos os tipos de grupos para evangélicos e católicos no país inteiro.

LSN: Então você acredita que grupos como esses são benéficos para as pessoas que lidam com atrações de mesmo sexo porque dão uma sensação de comunidade e um grupo de apoio de oração?

Brock: Sim, isso é exato.

LSN: Assim, embora você lute contra a atração de mesmo sexo, você tem assumido uma postura bem pública contra a conduta homossexual e contra o “casamento” de mesmo sexo?

Brock: Sim.

LSN: Agora seus opositores gostariam de pintar você como hipócrita, mas você vê isso de forma diferente?

Brock: Sim, acabei de dar uma entrevista de rádio, com um entrevistador mais esquerdista, e ele levantou a questão: “Olha, você não está sendo hipócrita?” E eu disse: “Olha, espere um minuto. Tenho assumido uma postura pública contra o ‘casamento’ gay e prego publicamente o que a Bíblia ensina sobre essa questão. Em minha vida particular, luto contra isso, mas pela graça de Deus, digo não a isso e luto contra isso. Onde é que está a hipocrisia?” Essa foi a minha resposta.

O que quero dizer é que se estou tendo um namorado gay, e me envolvendo com sexo, isso seria um caso totalmente diferente. Até certo ponto, todos nós somos hipócritas; ninguém vive perfeitamente do jeito que deve em todos os momentos. Por isso, não estou dizendo que não tenho meus pecados ou meus problemas. Mas é como uma pessoa que tem problema com bebida, e ela pode lutar contra esse vício, e pode ficar sóbria por vinte anos. Será que essa pessoa não poderá dizer para os outros mais jovens: “Por favor, tomem cuidado com o álcool”? Em minha opinião, ela tem o direito de fazer isso.

LSN: Qual a mensagem que você acha que as pessoas precisam tirar desta “polêmica” - estou usando esse termo por falta de uma palavra melhor - que está no noticiário?

Brock: Olha, depois que este caso virou notícia, um cara de meu grupo católico de apoio me telefonou, e disse: “A única coisa que a comunidade homossexual nunca ouve de um cristão conservador é: ‘Tenho essa luta, você pode ter essa lutar, dizer NÃO e ainda seguir Jesus’” Ele pensou que eu teria credibilidade ainda maior agora para falar dessa questão, que seria como um tipo de uma mensagem nova saindo disso.

LSN: Então, você concordaria que todo esse holofote público engrandeceu seu testemunho de Cristo para as outras pessoas?

Brock: Esse é o jeito que Deus está virando isso. Vou lhe dizer o que penso que aconteceu. Em fevereiro passado, pediram-me que falasse contra o “casamento” de mesmo sexo no senado estadual de Minnesota. Estou fazendo uma suposição, mas estou bem certo de que foi isto o que aconteceu: entrei na sala, e ali estava um homem que costumava ir para meu grupo, mas o deixou e estava agora vivendo no estilo de vida homossexual. Ele estava sentado ali com seu namorado. Eu fiquei pensando comigo mesmo: “Oh, não! Será que ainda farei meu discurso? Será que ele vai se levantar e gritar? O que vai acontecer?” E pensei: “Sim, vou fazer meu discurso, e se eu morrer, morrerei”, como diz no livro de Ester. Estou virtualmente certo - e posso prová-lo - mas penso que ele é o cara que foi para essa revista e disse: “Saibam vocês que poderão pegá-lo se forem ali”.

LSN: Assim, quais são seus sentimentos pessoais para com essa pessoa e para o jornalista gay que essencialmente tentou destruir você e sua reputação?

Brock: Eu os perdoei, e fiz isso imediatamente. Quero dizer que essa coisa é horrível, e sei que se eu não perdoar isso me devorará mais. Além disso, recebemos o mandamento de que se não perdoarmos, Deus Pai não nos perdoará, disse Jesus. Portanto, penso que pela graça de Deus nessa questão acertei.

LSN: Isso é admirável. O perdão é algo com que muitos cristãos lutam diariamente.

Brock: E eu posso também ter essa luta. Por alguma razão, essa coisa tem sido uma tribulação grande, venho pensando de tantas coisas distantes das pessoas que fizeram isso, como: “Quantos vão glorificar Deus por meio dessa confusão, etc.,” e outras coisas, que não tenho tido um tempo inteiro para pensar sobre essas pessoas. Eu realmente oro por elas, porque a partir do meu ponto de vista elas sustentam uma visão acerca da homossexualidade que é muito horrível. Por isso, eu realmente oro por elas, eu as perdoei e espero que elas venham a Cristo.

LSN: Como a sua igreja tem reagido?

Brock: Eles têm sido absolutamente maravilhosos. Não tenho simplesmente palavras para lhe dizer. Venho de uma igreja muito conservadora onde virtualmente todos creem que a conduta homossexual é pecado. Eles têm sido maravilhosos, eles têm dado muito apoio. Eles ficaram de pé e deram uma salva de palmas no domingo quando falei. Por isso, tem sido grande.

LSN: Você ainda participa das reuniões do Courage ou você faz outra coisa?

Brock: Por ora, qualquer coisa, não sei. Ainda serei parte de um grupo ao qual eu possa prestar contas e ter meus parceiros de oração, etc. Esse é o meu plano.

LSN: Mas em geral, você obteve a perspectiva de que grupos desse tipo são úteis para essas pessoas?

Brock: Sem a menor dúvida. Penso - de novo, não importa qual seja o seu pecado - todo cristão tem algo contra o qual ele luta. É por isso que todo cristão precisa de um grupo de apoio ou pelo menos de um parceiro de oração.

LSN: Qual é o próximo passo para o seu ministério?

Brock: Antes que ocorresse esse negócio todo, tenho sido pastor ali há 28 anos, e eu estava pensando que provavelmente é hora de mudança. Era algo forte em minha mente antes que esse negócio ocorresse, e então aconteceu esse negócio. Por isso, tudo está pendente. Mas temos um programa de rádio e TV, e agora temos dinheiro suficiente para expandir o programa de TV a nível nacional. Então aqui está o plano - nada disso é certeza ainda, tudo está sendo elaborado - mas o plano é eu voltar para minha igreja, mas não para ser pastor sênior, e para dirigir agora minha atenção à expansão dos ministérios de rádio e TV. Esse é o plano e veremos como isso avança.

LSN: Qual é o nome de seus ministérios de rádio e TV?

Brock: Chamam-se “The Pastor’s Study” (O Estudo do Pastor). Estamos na AM local 980. Você pode também simplesmente ir para o site www.KKS.com e ouvir ao vivo no sábado às 11h da manhã no horário padrão central dos EUA ou no domingo às 3h da madrugada no horário padrão central dos EUA. E então o programa de TV está em todos os sistemas a cabo de Twin Cities, mas ainda não estamos a nível nacional.

LSN: Olha, obrigado, Pastor Brock, por esta entrevista. Isso conclui minhas perguntas, mas você teria algum pensamento ou comentário final que gostaria de transmitir aos nossos leitores?

Brock: Olha, sabe, vou lhe dizer. Duas coisas a dizer: Todos nesta sociedade estão começando a crer que não há nada de errado com [a conduta homossexual]. Mas 1 Coríntios 6:9 -11 diz que se você persistir no pecado e não se arrepender, você não irá para o céu. Por isso, é importante que as pessoas saibam que, sim, isso é errado, e até mesmo sua eternidade pode estar em perigo. Mas a segunda coisa a dizer às pessoas que lutam contra isso é: “Olha, eu luto contra isso também, mas há perdão em Cristo, há esperança, há cura e ainda que você lute contra isso até o dia da sua morte, enquanto você estiver confiando em Cristo e O estiver seguindo, há esperança”.

Por Peter J. Smith

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

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