Sobre a vida injusta

Já me senti injustiçado várias vezes. Por vezes, senti-me pouco valorizado por conta de algo que havia realizado, ao passo que vi outros serem supervalorizados pelo “quase nada” que fizeram. 

 

Me senti mal em algumas ocasiões em que vi pessoas receberem oportunidades que, na minha cabeça, deveriam ser minhas. Eles nem eram tão fiéis assim, nem a Deus nem à Sua obra. E eu aqui, ralando. Esse sentimento de auto-vitimização destrói sempre, sem exceções. 

 

E o que dizer sobre aqueles que buscam em Deus uma vida profissional estável, o que é legítimo, e não conseguem. Enquanto isso, uma pessoa completamente distante da fé parece possuir a galinha dos ovos de ouro – só faz prosperar! 

 

Asafe viveu isso aí. Ele notou a prosperidade dos ímpios, e foi se sentindo injustiçado, como se Deus houvesse perdido o controle acerca da paga da vida. Esse sentimento o adoeceu: “Eu estava embrutecido... como um animal à sua presença” (Salmo 73:22). Como o senso de injustiça é capaz de nos manipular e roubar de nós quase toda a sobriedade!

 

Mas o salmista resolveu. Ele diz que viveu tudo isso “até entrar no santuário de Deus”. Na presença de Deus ele renovou suas prioridades, reabilitou sua esperança e deixou para Deus toda a perspectiva de julgamento dos ímpios. Na presença real de Deus é impossível eu me comparar com outros, porque Sua glória me coloca em meu devido lugar. Nessa altura, não importa que prosperem os ímpios. Importa que eu jamais saia do santuário. Se eu tivesse permanecido em sua presença, Ele seria o dono de todo o meu foco.

 

 

- Mario Freitas