"Temos medo que missionários espalhem o cristianismo", diz oficial da Coreia do Norte

O missionário americano Kenneth Bae ouviu de uma autoridade norte-coreana de que o regime comunista teme mais a oração do que o exército dos EUA.

Fonte: Guiame, com informações de God ReportsAtualizado: quarta-feira, 4 de dezembro de 2024 às 18:51
O líder da Coreia do Norte Kim Jong-un. (Foto: Wikimedia Commons/Roman Harak).
O líder da Coreia do Norte Kim Jong-un. (Foto: Wikimedia Commons/Roman Harak).

Kenneth Bae, um missionário americano que atuava na Coreia do Norte, revelou que um oficial nortecoreano admitiu que o regime comunista teme que o Evangelho seja espalhado por missionários no país.

Segundo o God Reports, após conhecer dois desertores da Coreia do Norte que se converteram, Bae iniciou um ministério de oração pela nação mais fechada para o Evangelho do mundo.

O missionário teve a ideia de realizar viagens para a Coreia do Norte com cristãos de outros países para orar e adorar no território comunista.

De 2012 a 2013, ele levou 300 cristãos para o país, que intercederam pelos nortecoreanos. Na sua última viagem, Kenneth Bae foi detido pelas autoridades, porque acidentalmente havia levado um filme crítico à Coreia do Norte junto com materiais missionários.

O caso foi contado por Bae em um culto da Shepherd Church em Porter Ranch, nos Estados Unidos.

Durante o interrogatório, os oficiais acusaram o missionário de tentar derrubar o governo nortecoreano. Sem entender a acusação, Bae perguntou: “O que vocês querem dizer?”.

"Através da oração e da adoração", responderam os militares. Surpreso, o missionário perguntou porque eles achavam que a oração tinha poder: "Vocês não acreditam em Deus, por que acreditam na oração?”.

E eles explicaram: “Não temos medo do arsenal nuclear dos Estados Unidos. Eles nunca vão nos atacar, desde que não os ataquemos primeiro. Mas temos medo de alguém como você, um missionário, entrar e espalhar o ‘vírus’ do cristianismo, e as pessoas pegarem o vírus e então se voltarão para Deus. Então este país se tornará o país de Deus”.

Bae afirmou que ficou impactado ao descobrir como a fé cristã preocupa o regime da Coreia do Norte. "Eu senti como se o Espírito Santo estivesse falando comigo”, lembrou ele.

No campo de trabalho forçado

Kenneth foi condenado a 15 de detenção em um campo de trabalho forçado. Ele enfrentou uma rotina desumana onde transportava pedras e carvão durante o dia todo. Sem receber comida suficiente, o missionário passou fome.

Os guardas ainda zombavam dele, dizendo: "Sua nação se esqueceu de você. Você terá 60 anos antes de retornar ao seu país”.

"Sofri muito no campo de prisioneiros norte-coreano. Percebi que o sofrimento não é um obstáculo na minha vida. Se tornou um caminho para entrar no coração de Deus”, testemunhou Bae.

Depois de esforços diplomáticos dos Estados Unidos, ele foi libertado em 8 de novembro de 2014, junto com outro detento americano, Matthew Miller.

Hoje, Kenneth lidera o grupo Nehemiah Global Initiative, que conscientiza sobre a situação na Coreia do Norte e incentiva cristãos a orarem pelo país.

Organizações missionárias dizem que há pelo menos mais 100 mil cristãos detidos em campos de prisão do país, onde os prisioneiros enfrentam tortura, trabalho forçado e possível execução.

Na Coreia do Norte, a prática do cristianismo é ilegal. O país ocupa a 1° posição da Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.

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