O IV Encontro Afro-cristão que aconteceu entre os dias 1 a 3 de abril nas dependências da UMESP em São Bernardo do Campo, discutiu o tema Juventude Negra, Sujeito de conhecimento e de direitos. De acordo com a coordenadora do evento, Diná da Silva Branchini, o objetivo era de trazer temas relacionados à população negra para reflexão e o debate no âmbito da universidade e das igrejas, além de discutir temas do cotidiano e mostrar o que os próprios jovens estão fazendo nesse sentido.
Pela primeira vez houve um espaço para a apresentação de trabalhos de pesquisas, que abordam a questão da juventude de um modo geral, compartilhando o saber acadêmico com a prática social. As apresentações ocorreram na tarde de sexta-feira, 1º de abril, com alunos do mestrado e doutorado. Dentre eles está o pastor metodista, José Roberto Loyola, que apresentou um catálogo de reflexões de um cristianismo e religiões nas perspectivas africanas. Para Loyola, é preciso destilar a religião para não destilá-la; é preciso mergulhar, envolver para depois julgar disse citando o teólogo Paul Tillich.
Ainda segundo o pastor metodista, é preciso ter uma orientação para se descrever os fenômenos, compreender as religiões para depois fazer algumas considerações, ou seja, é olhar as religiões afros do lado de dentro e, do lado de fora, para entender a religião afro brasileira e cristianismo para se construir juntos algum tipo de projeto.
Para os africanos, destaca Loyola, a liturgia é um espaço sagrado. As religiões não precisam de templos, mas seus cultos estão ligados à natureza, ao ar, água e, quando os escravos chegam às Américas eles se misturam a outras culturas, daí a razão de olhar a religião do lado de fora e, o grande desafio para Loyola como pastor metodista, é falar da religião afro de dentro para fora, já que toda a sua pesquisa está sendo desenvolvida com base em textos embranquiçados, finalizou.
A Mestranda, Viviane Luz, que somente no sexto período da faculdade de pedagogia conheceu a Lei 10.639/03, o que lhe garantiu o tema para sua dissertação de mestrado. A referida lei propõe no artigo 26 a inclusão da história e cultura afro no currículo educacional: Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, rege a lei.
Experiência com a formação de professores: a Lei 10.639/03 e os diferentes modos de ser criança é o título da dissertação em andamento de Viviane, para ela é relevante trabalhar o imaginário da criança negra, pois a história é contada a partir da escravidão e não dá para zerar o passado do continente africano.
Ao todo foram oito apresentações acadêmicas sobre as religiões afros. O encontro foi promovido pelo Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes da Igreja Metodista (3ª. RE), em parceria com a Universidade Metodista de São Paulo e a Faculdade de Teologia, Rede Ecumênica da Juventude e Grupo identidade/Faculdades EST, de São Leopoldo (RS).
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