Uma geração de cristãos que só reclama (e de outros cristãos)

Cristãos que só reclamam (e de outros cristãos)

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:07

 

reclamaçãoNão é de hoje que as críticas feitas por cristãos que partem dos próprios cristãos existem. No próprio Novo Testamento, não é tarefa difícil perceber alguns casos, que, muitas vezes, só tendia a desunificar o povo. E hoje o que ocorre é o mesmo, quase sempre levando a discussões inúteis (I Timóteo 1.6).
 
Ultimamente, pudemos e podemos observar um “boom” de injúrias, difamações, perturbações etc de todos os lados, desesperadamente. Uma geração instantânea de cristãos que só reclama. E que reclama de outros cristãos.
 
Só de relembrar já dá certa melancolia. Só foi o pastor Silas Malafaia começar a falar no programa da Marília Gabriela e os dedos evangélicos não paravam de criticar o pastor pelo Twitter e pelo Facebook. Mesma coisa no caso do pastor Marco Feliciano e a Comissão de Direitos Humanos e tantos outros.
 
Em meio às reclamações avulsas, desesperadas e atemporais, o povo devolve o dízimo, ora, louva. Mas parece que se esqueceu de uma das características mais importantes do Evangelho de Cristo: a unidade (que não significa uniformidade). Parece que houve o esquecimento de I Coríntios 12.12, que diz “ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo [grifo meu], assim também com respeito a Cristo”.
 
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É claro que há casos e casos de pessoas que se dizem e-van-gé-li-cas, mas não parecem ser, quando comparadas à luz da Palavra. Mas não pretendo falar sobre isso aqui.
 
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O que existe são aglomerações de pessoas que, por mais que com boas intenções tentam “melhorar” a imagem do Evangelho em nosso país, acabam por separar em múltiplos cacos esse corpo dilacerado, que deveria estar unido, que deveria estar coeso, que deveria estar desesperado por mais de Deus e menos do próprio ego, que deveria estar com fome e sede por mais de Deus e menos da própria imagem, que deveria querer levar a Palavra de Deus aos ainda não alcançados, que deveria se lembrar que a cabeça do corpo, isto é Jesus, precisa ser, realmente, o cabeça. Isso “pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” [grifo meu]. Nosso Deus é Deus de poder, de paz, de mansidão.
 
Mais do que nunca, é preciso que nós, Igreja de Cristo, estejamos num só pensamento, numa só visão: no de prosseguir para o alvo, que é Cristo. Afinal, mais de uma visão, caracteriza divisão. Não que não possa haver diversidade de pensamentos; sim, é normal, a Bíblia nos fala em I Coríntios.
 
Mas fato é que as contendas não são saudáveis e só causam aborrecimento e distanciam o amor esperado de nós. Afinal, como irradiar o amor de Cristo se não amamos o nosso irmão a quem podemos ver? (I João 4.19-21). Acaba-se por utilizar as mãos que se levantam no momento do louvor na igreja, para teclar protestos e mais protestos, quando se deveria estar usando os joelhos para clamar por uma igreja santa, íntima de Cristo, unida.
 
Imagine que você seja um soldado e você esteja num exército. Pronto para guerrear. Imaginemos também que – creio eu – não fará muito sentido se você sacar uma arma, sair correndo em disparada de encontro com outro soldado do seu mesmo exército. O time vai ficar desfalcado, e tem grandes chances de sofrer uma derrota, afinal a trupe inimiga não brinca em serviço. Quero dizer – você deve imaginar – que ocorre o mesmo em nosso meio. O Exército de Cristo não pode querer brigar entre si, nosso inimigo está alerta, pronto para “roubar, matar e destruir” (João 10.10). Para vitória, exército forte e unido! Nada de desavenças!
 
Assim, para uma geração de cristãos que só reclama de outros cristãos, uma saída: a união do corpo, a coesão, a vontade de servir a Cristo junto, o Evangelho olho-no-olho. Porque é assim que o mundo verá a nossa luz, que, na verdade não é nossa, mas do Salvador. Não podemos acreditar que será apenas pela nossa retórica do nosso discurso elucubrado e bem arranjado que alcançaremos o mundo; a própria Palavra de Deus assim nos diz. É preciso deixar o Rio de Deus fluir, amém?
 
Estejamos, portanto, repito, unidos, num só pensamento, numa só visão. Evitemos os disse-me-disse, porque isso só faz com quem não crê em Jesus se distancie da Verdade. Ao invés, vivamos o Evangelho, oremos, clamemos por uma Igreja que respire Jesus, que respire vida com Deus, que respire união.
 
Desse modo, certamente, deixaremos de ser críticos de plantão para ser uma geração de cristãos que irradiam a luz de Cristo, full time. Por que se assim não for, qual será a nossa diferença com relação aos que não creem? Avantes, firmes, unidos!
 
 
- Victor França
via Portal DT

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