Uma igreja por semana é aberta em São Paulo e aumento chega até 200% na periferia

Houve um aumento de 34% no número de templos, mas em algumas periferias houve o triplo de crescimento.

Fonte: Guiame, com informações da Agência MuralAtualizado: segunda-feira, 31 de maio de 2021 às 17:45
Jéssica frequenta a igreja presbiteriana e afirma que a igreja ajuda o bairro. (Foto: Léu Britto/Agência Mural)
Jéssica frequenta a igreja presbiteriana e afirma que a igreja ajuda o bairro. (Foto: Léu Britto/Agência Mural)

Na última década, a cidade de São Paulo ganhou uma nova igreja evangélica a cada seis dias, segundo um levantamento do Pindograma, site de jornalismo de dados.

O fenômeno é ainda maior nas periferias — houve um aumento de 34% no número de templos paulistas nos últimos 10 anos, mas em algumas periferias houve o triplo de crescimento.

Com base em dados extraídos do IPTU, o Pindograma mostra que São Paulo tinha 1.633 igrejas evangélicas em 2011, subindo para 2.186 templos em 2020; um crescimento de 34%. 

O crescimento foi ainda mais acentuado entre os bairros das periferias, se for levado em conta as igrejas inauguradas de forma oficial. A Cidade Ademar, distrito da zona sul de São Paulo, teve a alta mais expressiva de 200%.

Nos últimos anos, surgiram 33 novas igrejas em Cidade Ademar, que contava com apenas 16 templos anos atrás. Também na zona sul, o Grajaú ganhou 37 igrejas e o Jardim Ângela recebeu 26.

Na zona norte, o bairro que mais teve aumento foi o Jaçanã, que passou de 15 para 24 igrejas. Já na zona leste, o Itaim Paulista se destaca com 50% de crescimento de igrejas: passou de 36 para 54 templos.

A região central de São Paulo se destaca em números proporcionais: o bairro da Liberdade passou de 2 para 15 igrejas, a Mooca e o Cambuci foram de 3 para 12, e o Belém foi de 2 para 11.

Ao falar com membros de igrejas, a Agência Mural destacou o papel dos templos dentro das comunidades.


Fachada de igreja na zona leste de São Paulo. (Foto: Weslley Galzo/Agência Mural)

A família de Jéssica Keyla Barreto Santana, de 24 anos, recebeu alimentos da igreja em um momento de desemprego. Ela mora no Jardim Ângela, na zona sul, e hoje é membro da Igreja Presbiteriana. 

“Às vezes as pessoas não têm nem com quem contar, nem familiares, nem assistência social do próprio município. A igreja se torna o local mais próximo a quem elas podem recorrer”, ela explica.

Maria Senhora Alves, de 38 anos, é membro há 12 anos da Igreja de Jesus Cristo, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Para ela, a principal função social da igreja é “ouvir a palavra de Deus e ensinar o verdadeiro Evangelho”.

“Minha igreja também ajuda, tem os trabalhos sociais, ajuda as pessoas espiritualmente, financeiramente”, conta. “Isso é muito lindo, é o que Deus quer de nós.”

Esposa do segundo pastor da igreja Assembleia de Deus Ministério Missão, Priscila Cardoso de Sá, 35 anos, também destaca como a igreja cumpre o papel social que, muitas vezes, o governo não consegue.

“Hoje em dia, os mais favorecidos não se preocupam com os menos favorecidos. Olham apenas para si. As igrejas, mesmo com pouco, conseguem ajudar aqueles que nada tem arrecadando com membros da igreja, amigos, conhecidos”, diz Priscila.

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