Uma palavra sobre a Faixa de Gaza e a Bíblia - Coluna Pr. Bruno dos Santos

Uma palavra sobre a Faixa de Gaza e a Bíblia - Coluna Pr. Bruno dos Santos

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

A Bíblia conta que Deus havia feito a promessa de um filho a Abraão, mesmo sendo sua esposa Sara estéril e de idade avançada. Alguns anos se passaram e o filho não veio. Sara, no seu entendimento, achou então que deveria tomar alguma providência para "agilizar a promessa" que Deus havia feito. Pediu então que o marido coabitasse com a escrava Agar e, nascendo uma criança, trataria ela como seu próprio filho. Deus, porém, não pediu que ela fizesse isso! Aquele filho representava a tentativa humana de resolver seus problemas, usando os meios e os métodos humanos. Passados quatorze anos, Sara concebeu Isaque, esse sim, o filho da promessa. Dois povos formaram-se a partir de Abraão, além de uma guerra sangrenta, que dura até os dias de hoje, entre os descendentes de Isaque (judeus) e os descendentes de Ismael (árabes).

As Escrituras Sagradas documentam, no Livro de Gênesis, que Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia, Abraão deu um grande banquete. Vendo Sara que Ismael (filho de Agar) caçoava de Isaque, disse a Abraão que rejeitasse a escrava e seu filho. Disse Sara: "O filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. Abraão achou penoso tomar tal atitude em relação a Agar, mas Deus disse a Abrão que não temesse e obedecesse sua mulher. Deus afirmou ainda que Isaque seria chamado à descendência de Abraão. "Abraão acordou de madrugada, tomou pão e um odre de água, pôs nas costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu." (Gênesis 21.14). Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba. No deserto, Deus mandou um anjo a ela e fez uma promessa também para sua geração. Muitos estudiosos acreditam que Agar (que significa "fuga") se escondeu no território da promessa, hoje mais conhecido como Cisjordânia.

Estudos recentes de arqueologia histórica relatam que quando Abraão ainda morava em Ur dos Caldeus, precisamente numa região conhecida como Arã, Deus lhe disse, em Gênesis 12.1: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. De ti farei uma grande nação, e te abençoarei". Depois, chegando em Siquém (Nablus), Gênesis 12.7: "Darei à tua descendência esta terra." Em seguida, em Betel, que fica a meio caminho entre Siquém e Jerusalém, Deus fala em Gênesis 13.14: "Ergue os olhos desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda esta terra darei a ti e à tua descendência para sempre." E, finalmente, quando Abraão ficou em Hebrom, a Bíblia diz, em Gênesis 15.18: "Naquele dia fez o Senhor aliança com Abraão, dizendo: a tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito (córrego Arish, não o rio Nilo) até o grande rio Eufrates". Estes foram os limites de Israel marcados por Deus. E o território entre Nablus e Hebrom é exatamente o lugar que está sendo requisitado pelos Palestinos. Aqui está a razão particular deste conflito na faixa de Gaza, a área faz parte da terra prometida a Abraão e seus descendentes. Trata-se de Israel incluindo Judéia e Samaria. É exatamente neste lugar onde hoje se localiza a área de campo de batalhas das intifadas palestinas.

Mas Deus não se esqueceu da descendência de Ismael. As Escrituras relatam em Gênesis 17:20: "Quanto a Ismael, eu te ouvi: Abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; dele farei uma grande nação. A minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque". Segundo especialistas em Oriente Médio, os povos árabes são 38 vezes mais numerosos que Israel, e o território deles é 574 vezes maior que o de Israel, sem contar hoje o controle total do petróleo, que se encontra nas mãos do povo árabe. Com uma nova técnica baseada no estudo da descendência masculina, biólogos e arqueólogos, concluíram que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximos uns dos outros, mas também de palestinos, libaneses e sírios. Pesquisadores fizeram um estudo de DNA e comprovaram que judeus e árabes são parentes próximos, como diz a Bíblia. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há 4.000 anos.

Concretamente Israel é um país desde 1948, mesmo que o mundo árabe não reconheça isso. Não consigo ver outro interesse nesta guerra, senão o domínio pela água, petróleo, tecnologia e pela supremacia religiosa e espiritual. Israel é o herdeiro da promessa, e os árabes desejam tomá-la a força, não reconhecendo a generosidade de Deus em relação a eles também. Estamos diante de uma guerra sangrenta dizimando famílias de ambos os lados. E por baixo dos panos da mídia mundial, os palestinos posam de perseguidos, quando na verdade são os grandes perseguidores. O Hamas (como também a Fatah), se define por seu propósito de destruir Israel e conquistar Jerusalém em nome da jihad. Tanto o Hamas quanto a Fatah têm usado todos os seus recursos para construir seus poderios político, social e militar para lutar contra Israel. Exatamente porque esses grupos existem somente para destruir Israel e fazer avançar a causa da jihad global, eles não podem ser detidos por intimidação. Eles não têm outro interesse além da guerra e não há nada que eles não estejam dispostos a sacrificar para ganhar. Como eles não podem ser intimidados, a única coisa que Israel pode fazer é destruir sua capacidade de lutar, aniquilando seu poderio militar.

Acredito que Israel sempre foi alvo de perseguição ao longo da história. É verdade também que sempre que buscaram a Deus em arrependimento foram protegidos por Deus. Sem dúvida, seria bem melhor para todos se a paz fosse alcançada mediante o diálogo (sem abrir mão, claro, dos princípios de consciência). Se a profecia de Daniel 11: 40-45 fala de uma guerra no Oriente Médio, envolvendo Israel e as demais potências (e eu creio nisso), é certo que quando acontecer será um dos últimos eventos (senão o último) antes do tempo de angústia começar, uma vez que Daniel 12:1 anuncia explicitamente o começo do período de angústia logo a seguir. Ainda que a profecia revele um futuro sombrio, sabemos que Deus está acima da própria história, e que nossa parte é orar pelos judeus e pelos palestinos, para que a misericórdia divina preserve a todos, inclusive a nós.

Obs: Para quem está acompanhando o noticiário do conflito, não deixe de ver também o outro lado da história (não só a mídia oficial), antes de emitir algum juízo de valor.

Sugestão de site: http://www.beth-shalom.com.br/artigos/list/14

Bruno dos Santos é pastor, formado em Teologia Contemporânea pelo ICEC (Instituto Cristão de Ensino Contemporâneo) e pós-graduando pela Universidade Doxa (DOXA University Bible College / Flórida USA). Português, natural de Angola, Bruno dos Santos é diretor da "Cruzada Missionária Continental Brasil", coordenador teológico do "Centro de Capacitação Ministerial" e escritor nas áreas de teologia e liderança.

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www.prbruno.blogspot.com/

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