Veja quais deputados evangélicos votaram a favor da punição para juízes e promotores

A votação sobre a proposta acabou dividindo os posicionamentos dos deputados evangélicos, entre votos a favor, contra e ausências.

Fonte: Guiame, por João NetoAtualizado: quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017 às 12:34
Bancada evangélica. (Imagem: Guiame)
Bancada evangélica. (Imagem: Guiame)

A votação do pacote das '10 Medidas Contra a Corrupção' (PL 4850/16) na Câmara, na madrugada da última quarta-feira (30), gerou diversos protestos pelo país, não apenas pela retirada de seis das propostas inicialmente apresentadas, mas também pela aprovação de uma emenda que limita a atuação de juízes e promotores do Ministério Público, sujeitando-os à responsabilização por "crimes de abuso de autoridade, com motivações político-partidárias". 

Proposta pelo deputado Weverton Rocha (PDT - MA), a emenda controversa foi aprovada com 313 votos a favor, 132 contra e 5 abstenções.

A votação sobre a proposta acabou dividindo os posicionamentos dos deputados evangélicos, entre votos a favor, contra e ausências. Somente entre esse grupo de parlamentares, houve 48 votos a favor, 29 votos contra a emenda, além de uma abstenção e 18 ausências.

O deputado federal Roberto de Lucena (PV - SP) falou com exclusividade ao Guiame e afirmou que seu voto foi a favor das '10 Medidas Contra a Corrupção' e também contra a limitação da atuação de juízes e promotores.

"Votei a favor das 10 medidas de combate à Corrupção e contra a punição aos juizes e promotores. Votei contra o crime de responsabilidade para juízes e promotores porque era fora de contexto, inadequada", assegurou.

"Estamos exatamente em meio a importantes operações de investigação de crimes de corrupção, à exemplo da lava-a-jato, e o texto votado pode se tornar como espadas e facas contra a cabeça dos responsáveis por essas investigações", acrescentou.

Lucena também explicou que a emenda pode soar como uma forma de retaliação do legislativo ao Ministério Público e ao poder Judiciário, o que ele classificou como uma situação inadequada.

"Além disso, a proposta transparece duas coisas (e não são, mas transparecem): uma retaliação do legislativo ao Ministério Público e ao judiciário ou uma preocupação corporativa. Não era adequada essa discussão e essa proposta no bojo das 10 medidas e exatamente nesse momento. Foi de mal tom e de mal gosto. E quanto a lava-a-jato, tem que ficar claro que ela não pertence ao Ministério Público, nem ao judiciário. Ela é da sociedade, do povo brasileiro!", afirmou.

Indignação
Pastor da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba (PR), Luiz Roberto Silvado viu as '10 Medidas' ainda sendo formadas em suas raízes e até mesmo participou com sua opinião na criação do Pacote.

Procurado pela redação do Guiame, Silvado expressou sua indignação diante das diversas alterações feitas, o que ele chamou de "frieza" por parte dos parlamentares diante de um clamor popular tão genuíno.

"Infelizmente no frio da madrugada ficou clara a frieza dos nossos parlamentares com relação à opinião do povo. Mais de 2 milhões de assinaturas não foram suficientes para faze-los entender que o 'Brasil dos desmandos' acabou!", lamentou o pastor.

Quando questionado sobre a inclusão da medida proposta proposta pelo deputado Weverton (PDT), Silvado não hesitou em apontar que a proposta configura retaliação por parte do legislativo.

"Retaliação. Não existe outra maneira de classificar esta emenda. Ontem no plenário do Senado, enquanto o juiz Sérgio Moro estava presente, também ficou muito clara essa postura quando o senador do PT teve a oportunidade de falar na tribuna", destacou.

Pastor Silvado ainda destacou a importância de que o povo se manifeste efetivamente diante desta decisão da Câmara com relação ao Pacote das '10 Medidas Contra a Corrupção'.

"É por isto que a população mais uma vez precisa ir às ruas, pressionar seus "representantes" que decidiram representar a si mesmos", destacou.

Confira a lista completa dos deputados evangélicos que votaram a "Sim" (à favor da emenda), "Não" (contra a emenda), optaram pela abstenção ou se ausentaram:

SIM
Alan Rick (PRB- AC) Sim

Silas Câmara (PRB - AM) Sim

Hissa Abrahão (PDT - AM) Sim

Erivelton Santana (PEN - BA) Sim

Irmão Lazaro (PSC - BA) Sim

Márcio Marinho (PRB - BA) Sim

Tia Eron (PRB - BA) Sim
Cabo Sabino (PR - CE) Sim

Moses Rodrigues (PMDB - CE) Sim

Ronaldo Martins (PRB - CE) Sim

Sergio Vidigal (PDT - ES) Sim

João Campos (PRB - GO) Sim

Cleber Verde (PRB - MA) Sim

Leonardo Quintão (PMDB - MG) Sim

Marcelo Álvaro Antônio (PR - MG) Sim

Julia Marinho (PSC - PA) Sim

Edmar Arruda (PSD - PR) Sim

Hidekazu Takayama (PSC - PR) Sim

Altineu Cortes (PMDB - RJ) Sim

Arolde de Oliveira (PSC - RJ) Sim

Aureo (Solidariedade - RJ) Sim

Benedita da Silva (PT-RJ) Sim

Clarissa Garotinho (PR-RJ) Sim

Fabiano Horta (PT - RJ) Sim

Francisco Floriano (DEM - RJ) Sim

Rosangela Gomes (PRB - RJ) Sim

Roberto Sales (PRB - RJ) Sim

Sóstenes Cavalcante (DEM - RJ) Sim

Antônio Jácome (PTN - RN) Sim

Carlos Gomes (PRB - RS) Sim

Luis Carlos Heinze (PP - RS) Sim

Lindomar (Garçon) Barbosa Alves - (PRB - RO) Sim

Lúcio Mosquini (PMDB - RO) Sim

Nilton Capixaba (PTB - RO) Sim

Jhonatan de Jesus (PRB - RR) Sim

Antônio Bulhões (PRB - SP) Sim

Gilberto Nascimento (PSC - SP) Sim

Jefferson Campos (PSD - SP) Sim

Jorge Tadeu Mudalen (DEM - SP) Sim

[Miss.] José Olímpio (DEM - SP) Sim

Marcelo Aguiar (Suplente em exercício) (DEM - SP) Sim

Paulo Freire (PR-SP) Sim

Roberto Alves (PRB - SP) Sim

Vinicius Carvalho (PRB - SP) Sim

Pastor Jony Marcos (PRB - SE) Sim

César Halum (PRB - TO) Sim

Aguinaldo Ribeiro (PP - PB) Sim

André Abdon (PP - AP) Sim


NÃO
JHC (João Henrique Caldas) (PSB - AL) Não

Ronaldo Fonseca (PROS - DF) Não

Carlos Manato (SD - ES) Não

Max [Freitas Mauro] Filho (PSDB - ES) Não

Fábio Sousa (PSDB - GO) Não

Eliziane Gama (PPS - MA) Não

Weliton Prado (PMB - MG) Não

Josué Bengtson (PTB - PA) Não

Rômulo Gouveia (PSD - PB) Não

Christiane Yared (PR - PR) Não

Fernando Francischini (Partido da Solidariedade-PR) Não

Marcelo Belinati (PP - PR) Não

Sandro Alex (PSD - PR) Não

Toninho Wandscheer (PROS - PR) Não

Pastor Eurico (PSB-PE) Não

Alexandre Serfiotis (PMDB - RJ) Não

Cabo Daciolo (PTdoB - RJ) Não

Ezequiel Teixeira (PTN - R) Não

João Ferreira Neto [Dr. João] (PR - RJ) Não

Walney Rocha (PEN - RJ) Não

Onyx Lorenzoni (DEM - RS) Não

João Derly (REDE - RS) Não

Marcos Rogério (DEM - RO) Não

Carlos Andrade (PHS - RR) Não

Geovania de Sá (PSDB - SC) Não

Bruna Furlan (PSDB - SP) Não

Edinho Araújo (PMDB - SP) Não

Luiz Lauro Filho (PSB - SP) Não

Roberto de Lucena (PV - SP) Não


ABSTENÇÃO
Luiz Cláudio (PR - RO) Abstenção


AUSENTE
Sérgio Brito (PSD - BA) Ausente

Pastor Luciano Braga (Suplente em exercício) (DEM - BA) - Ausente

Victório Galli Filho (PSC-MT) Ausente

Brunny / Brunniele Ferreira Gomes (PR - MG) Ausente

George Hilton (PROS - MG) Ausente

Lincoln Portela (PRB - MG) Ausente

Stefano Aguiar (PSD - MG) Ausente

Rejane Dias (PT-PI) Ausente

Anderson Ferreira (PR - PE) Ausente

Chico Alencar (PSOL - RJ) Ausente

Marcos Soares (DEM - RJ) Ausente

Marquinho Mendes (PMDB - RJ) - Ausente

Washington Reis (PMDB - RJ) Ausente

Ronaldo Nogueira (PTB - RS) Ausente

Shéridan Oliveira (PSDB - RR) Ausente

Pr. Marco Feliciano (PSC - SP) Ausente

Laércio Oliveira (SD - SE) Ausente

Shéridan Oliveira (PSDB - RR) Ausente


Observações
Nem todos os deputados listados acima estão filiados à Frente Parlamentar Evangélica.

A redação do Portal Guiame procurou ouvir deputados que votaram a favor da emenda, mas não obteve resposta de nenhum deles até a publicação desta matéria.

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