Viver cada dia como o último

Viver cada dia como o último

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:23

Como inúmeras pessoas, também fui impactada com a morte de Steve Jobs, principalmente por ele ter sido citado na IAP onde congrego (Pq. Itália, Campinas, SP),  falando que a saúde vale mais do que o dinheiro, no que eu concordo plenamente.

Quando veio a notícia, foi simplesmente impossível não ver também a reação de muitas pessoas sofrendo e lamentando sua morte, como a de um grande ídolo ou astro famoso. Foi então que tive a curiosidade de ver a foto que aparecia nos portais de notícias e me perguntava: Quem era ele? Tinha uma família? Era casado? Tinha filhos?

Comecei a procurar e achei pouquíssimas fotos de sua esposa e seus filhos. Mas uma coisa me chamou muito a atenção: sua história. Li muitas coisas, mas o discurso que ele fez para a Universidade de Stanford é realmente significativo.

Jobs foi fruto de um relacionamento entre uma universitária e um imigrante sírio. Os pais da garota não concordavam com o relacionamento e a jovem resolveu dar a criança para a adoção. Sua exigência: queria pais formados na universidade. Estava tudo certo, porém, quando ele nasceu, o casal que o aguardava não quis mais, pois queria uma menina. Então o próximo casal da fila de espera foi chamado, no meio da noite, dizendo que havia uma criança inesperada e estes aceitaram imediatamente.

O curioso é que a mãe não tinha nível universitário e o pai sequer havia concluído o  ensino médio. Após prometerem que enviariam o garoto para a universidade, a adoção foi autorizada pela mãe biológica. Aos 17 anos, ele entra na universidade, mas era cara demais e as economias dos pais estavam acabando. Então, ele resolve sair da faculdade e fica assistindo algumas aulas que achava interessante, mas já não tinha um quarto, então dormia no chão do quarto de amigos. Para comer, devolvia garrafas de coca-cola ao depósito por R$ 0,05, a garrafa. Entrou no curso de caligrafia, pois era muito conceituado na época, e ficou fascinado com tudo o que aprendeu.

Enchemos o céu de questionamentos

Montou um negócio na garagem de casa com outros amigos e acabaram criando o Macintosh, onde ele aplicou todo o conhecimento da escrita. Por isso é possível hoje termos diversidade, beleza e proporção em nossas digitações.

Após alguns anos e alguns erros, foi demitido de sua própria empresa, o que fez com ele revisse sua vida e, mesmo se sentindo derrotado, vazio e rejeitado, foi se desculpar com quem havia errado. Um grande erro foi demorar para reconhecer uma filha que teve quando solteiro. Sem emprego, acabou por criar duas empresas: a NeXT e Pixar, um estúdio de animação, hoje o mais bem sucedido do mundo. A NeXT foi comprada pela Apple e assim ele voltou para sua empresa. Neste intervalo, se casou e teve filhos.

Antes de continuar alguns detalhes da história dele, quero chamar sua atenção para as vezes em que ele foi rejeitado e desprezado, mas nada disso fez dele um derrotado, nem mesmo uma pessoa lamuriosa, ao contrário, ele transformou essas coisas em  oportunidade de formação e crescimento. Com certeza, foi muito amado por seus pais adotivos, por quem demonstra preocupação ao abrir mão da faculdade e não cobrar deles a promessa feita à mãe biológica.

Ele foi demitido de sua própria empresa, já em pleno sucesso, mas reconhece sua parcela de culpa e se desfaz de seu orgulho para admitir seus erros e pedir perdão. Ele não desiste, continua lutando e fica realmente rico com seu estúdio, que ele só criou porque fora dispensado da Apple. Ele olha para trás, liga os pontos e vê que tudo foi da melhor maneira possível. Daí sua frase: “Você não pode conectar os pontos olhando adiante, você só pode conectá-los olhando para trás.”

Quantas vezes queremos achar sentido na nossa história, em vez de confiarmos no Todo-Poderoso? Quantas vezes enchemos o céu de questionamentos? Quantas vezes cobramos bênçãos que achamos que temos direito, por sermos filhos do Rei? Quantas vezes julgamos a vida das pessoas, achando que se algo aconteceu de errado é por um pecado oculto, falta de fé e coisa parecida? Precisamos ser mais prudentes e esperar o tempo passar, aguardar o desenrolar dos planos de Deus, ver os pontos serem ligados.

Continuando a história, ele cita no referido discurso que, aos 17 anos, foi impactado pela seguinte frase: “Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provavelmente você vai acertar.” Ele disse que sua vida foi mudada a partir de então, que passou o adotar este pensamento como reflexão diária, pois afirmou que, diante da morte, somente as coisas importantes se destacam. Ele enfatizou que nosso tempo é limitado, que não devemos perder tempo. Pois é, também conclui o que você provavelmente está pensando. As pedras clamam…

Temos feito diferença em nossa geração?

Steve Jobs foi considerado um grande gênio, comparável a Thomas Alva Edison e outros. Realmente é digno, intelectualmente, pela comparação. Jobs realmente fez diferença nesta sociedade como ser humano, usou de seus dons e talentos para trazer benefícios e facilidades para o mundo. Não quero julgar a vida de fé dele, mesmo porque muitos dizem que ele era ateu, mas ele não enterrou o talento que Deus deu a ele. Santos Dumont inventou o avião e hoje temos os aviões que nos levam a diferentes lugares no mundo com uma agilidade impressionante, mas também temos os aviões de guerra. Porém, isso não fez da invenção do avião uma coisa ruim. Cada um escolhe o que vai fazer com o que Deus coloca em suas mãos.

Jobs tinha todos os motivos para ser uma pessoa derrotada, mas sua opção foi ser um determinado, pois tudo o que fazia, segundo ele disse, fazia com amor.

Com sua história, me lembrei de um texto de Eclesiastes 3:11: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.” Mesmo ele tendo sido  tão inteligente, não conseguia as respostas da criação, pois vão muito além da nossa mente fraca e limitada. Mas, como humanos, continuamos tendo sede e desejo pelo que é eterno. Ele queria fazer diferença para sua geração e fez.

E nós, temos feito diferença na nossa geração? Temos feito coisas importantes que vão melhorar a vida das pessoas que nos cercam? Seremos inesquecíveis por quantas gerações? Ou, ao menos, para quantas pessoas?

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, diz Eclesiastes 12.8. Vamos então buscar aquilo que perdura para sempre, vamos viver cada dia como se fosse o último aqui da terra, mas vamos viver crendo e aguardando nossa vida eterna. Vamos produzir frutos que nos aproximem do nosso Criador e Senhor. Você já tem Cristo como seu salvador?  Ótimo. Viva cada dia como sendo o início de sua vida eterna. Você ainda não tem  Cristo em sua vida? Então aceite-o hoje, pois este pode ser seu último dia e terá sido a melhor decisão de toda sua vida.

Por: Maria Regina Guimarães Longo Mendes - diaconisa na Igreja Adventista da Promessa em Pq. Itália, Campinas (SP).

Via: Portal IAP

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