Acordo nuclear com Irã pode ser implementado dentro de alguns dias, segundo secretário de Estado dos EUA

O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry disse que a implementação do acordo nuclear acordado entre o Irã e as seis potências mundiais poderia acontecer dentro de alguns dias, permitindo que dezenas de bilhões de dólares em sanções contra o Irã sejam suspensas.

Não há data definida ainda para "um dia específico de implementação" do chamado Plano de Ação Comum abrangente, acordado no dia 14 de julho, no qual Teerã (capital iraniana) concordou em reduzir seu programa nuclear em troca de algum alívio das sanções.

Delineando marcos de política externa do ano passado, Kerry apontou para o Plano Global de Ação Conjunta, o qual "está a dias longe de implementação, se tudo correr bem".

Ele disse que discutiu a implementação do acordo nuclear com o chanceler iraniano, Javad Zarif durante um telefonema nesta quinta-feira (8). Eles também falaram sobre as tensões entre Irã e Arábia Saudita desencadeadas pela execução de um clérigo xiita pelos sauditas.

"O ministro das Relações Exteriores deixou claro para mim que pretendem cumprir com suas obrigações no que diz respeito ao dia da implementação o mais rápido possível", disse Kerry disse a repórteres.

"Estamos atualmente envolvidos em nos certificarmos que estamos preparados para seguir em frente naquele dia e eu acho que este poderia vir mais cedo ou mais tarde".

Kerry disse que os Estados Unidos continuariam a garantir que o Irã faz jus aos seus compromissos no âmbito do acordo nuclear e pressionar pela libertação de prisioneiros americanos "que foram injustamente detidos" pelo Irã.

As autoridades iranianas consideraram a especulação de que o Irã possa avaliar uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos. Entre os americanos detidos pelo Irã, está o correspondente do Washington Post e Jason Rezaian, que foi preso em julho de 2014.

Além deles, há também entre os prisioneiros, o pastor Saeed Abedini e Amir Hekmati, um ex-sargento dos fuzileiros navais dos EUA e Robert Levinson, um investigador privado, desaparecido no Irã em 2007.

O Irã afirmou que os Estados Unidos detém cerca de 16 iranianos que tentaram contornar as sanções e cerca de 60 prisioneiros (também iranianos) que cometeram outros crimes.