Uma adolescente transgênero está processando seus próprios pais - um casal cristão - por supostamente "forçá-la a participar de uma terapia baseada em princípios bíblicos" em vez de permitir que ela faça o tratamento hormonal para se tornar um homem.
Uma juíza do condado de Hamilton (Ohio) está decidindo se uma garota de 16 anos - cujos pais, de acordo com documentos judiciais, querem colocá-la em uma terapia cristã - pode receber tratamento hormonal no Hospital Cincinnati Children's Medical Center, segundo relatórios da Cincinnati.com.
Os documentos do tribunal afirmam que os pais da menina "se recusam a reconhecer sua identidade transgênero, não a deixam receber o tratamento que ela deseja no Hospital, e não deixaram que ela mudasse sua aparência para se parecer com um homem".
O caso decorre de novembro de 2016, quando a adolescente telefonou para uma linha de emergência, dizendo que um de seus pais havia dito a ela para se matar e a fez ouvir mensagens com passagens bíblicas por mais de seis horas.
De acordo com a denúncia, a adolescente estava fazendo tratamento hormonal no Hospital, até que os pais decidiram que queriam que seus filhos recebessem aconselhamento de um terapeuta cristão. A terapia voltou mais tarde devido à ansiedade e à depressão da adolescente, mas seus pais "ainda se opuseram à questão da transição de gênero", conforme dizem os documentos.
No entanto, a advogada dos pais, Karen Brinkman, disse aos jornalistas que diversas declarações nas queixas da adolescente são falsas.
No início deste ano, o Serviço de Famílias do Condado de Hamilton apresentou uma queixa, exigindo a custódia temporária da adolescente. O pedido foi concedido e ela foi mandada para morar com os avós. Agora, os funcionários do Conselho Tutelar do condado estão pedindo uma visita da juíza Sylvia Hendon, para pedir tratamento para o adolescente no Hospital.
De acordo com o site do hospital, seu Setor de Tratamento Transgênero "oferece uma atmosfera e serviços aceitos para pacientes de 5 a 24 anos de idade", incluindo "bloqueadores de puberdade, hormônios de afirmação de gênero, assistência que transporta necessidades de transição e muito mais".
As crianças e os adolescentes transgêneros têm sido o foco da atenção considerável da mídia nos últimos anos e viram uma maior visibilidade no cinema e na televisão.
No entanto, a Faculdade Americana de Pediatria advertiu no ano passado que incentivar as crianças a aceitar o fator transgênero como normal é um abuso infantil, pois é classificado como uma doença mental.
"Ninguém nasce com uma consciência de si mesmo como homem ou mulher, esta consciência se desenvolve ao longo do tempo e, como todos os processos de desenvolvimento, pode ser descarrilada pelas percepções subjetivas, relacionamentos e experiências adversas de uma criança desde a infância. Pessoas que dizem 'sentir-se como o sexo oposto' ou 'em algum lugar no meio deles' não compõem um terceiro sexo. Elas permanecem homens biológicos ou mulheres biológicas", disse a organização.
"Quando um menino biológico, de outra forma saudável, acredita que ele é uma menina, ou uma garota biológica, de outra forma saudável, acredita que ela é um menino, existe um problema psicológico objetivo que reside na mente e não no corpo, e deve ser tratado como tal. Essas crianças sofrem de disforia de gênero. A disforia de gênero, anteriormente listada como desordem de identidade de gênero, é uma desordem mental reconhecida na edição mais recente do Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria. As teorias de aprendizagem psicodinâmica e social sobre a disforia de gênero nunca foram refutadas", acrescentou.
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