Friedrich Merz, da União Democrata Cristã (CDU), foi eleito chanceler da Alemanha nesta terça-feira (06), após uma votação considerada histórica no Bundestag, o parlamento federal alemão.
A nomeação de Merz encerra seis meses de impasse político no país, mas sua derrota inicial gerou incertezas sobre a estabilidade da coalizão governista.
Na primeira rodada, ele obteve apenas 310 votos, ficando seis abaixo da maioria necessária de 316, o que representou a primeira vez na história pós-guerra da Alemanha que um candidato a chanceler não conseguiu a maioria absoluta na primeira tentativa.
Na segunda rodada, Merz foi eleito com 325 votos a favor, superando a maioria absoluta exigida.
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Merz liderou a União (CDU/CSU) nas eleições federais de fevereiro de 2025, onde o partido obteve 28,6% dos votos, tornando-se a maior bancada no Bundestag.
Devido à falta de uma maioria absoluta, a CDU/CSU formou uma coalizão com o Partido Social-Democrata (SPD), resultando em uma "grande coalizão" inédita entre os dois maiores partidos alemães.
O líder conservador assume como o décimo chanceler da Alemanha no pós-guerra e o sexto dos Democratas Cristãos.
Visão ideológica
Merz é um político alemão associado CDU, partido de centro-direita. Sua linha ideológica pode ser caracterizada como conservadora e liberal, com uma ênfase em políticas econômicas de mercado livre e uma forte defesa dos valores tradicionais.
Merz mantém uma posição mais conservadora em questões sociais, como casamento e família. Ele tende a apoiar políticas que preservam os valores tradicionais, embora também se mostre aberto à modernização em alguns aspectos, como a aceitação de algumas reformas nas políticas de imigração.
Merz tem uma posição pró-vida em relação ao aborto, defendendo restrições para a sua prática. Embora tenha se mostrado disposto a discutir casos excepcionais, ele tende a se alinhar com a visão conservadora de que o aborto deve ser restrito e que a proteção da vida humana desde a concepção deve ser um princípio fundamental das políticas sociais.
Merz defende a família tradicional como a base de uma sociedade forte. Para ele, a maternidade e paternidade são responsabilidades fundamentais, e o apoio à estrutura familiar nuclear é essencial para o futuro da sociedade alemã.
Ele vê os pais como os principais responsáveis pela educação moral e ética dos filhos, e não o estado. Merz também é favorável a políticas que incentivem a conciliar vida profissional e familiar, como benefícios para as famílias com filhos e apoio financeiro para incentivar a natalidade.
Embora a CDU tenha se mostrado mais aberta a questões de direitos LGBT em alguns aspectos, Merz, em particular, é mais reticente em relação a legislações que promovam a igualdade de casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Durante sua liderança, ele não foi um defensor ativo do casamento homossexual, que foi legalizado na Alemanha em 2017.
Desafios
O novo governo enfrenta desafios expressivos, como a revitalização da economia alemã, o avanço da extrema-direita representada pela AfD, a manutenção do apoio à Ucrânia e a gestão das relações transatlânticas, especialmente com a administração Trump nos EUA.
Embora tenha uma longa trajetória política, Merz iniciou seu mandato com apenas 38% de aprovação pública, sinalizando que sua liderança será posta à prova nos próximos meses.
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