Uma surpreendente descoberta bíblica foi feita por arqueólogos através dos destroços provocados pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no Iraque.
Com a lenta recuperação da cidade de Mossul (antiga Nínive citada na Bíblia) pelas forças iraquianas, uma equipe de arqueólogos pode examinar os danos causados aos artefatos que existiam no local.
Em 2014, pouco depois de invadir e assumir o controle de Mossul, militantes do EI destruíram o santuário de Nabi Yunus — local de sepultamento do profeta Jonas. Antes da explosão, os terroristas cavaram túneis sob o santuário em busca de artefatos para vender no mercado mundial e financiar suas atividades militares.
Segundo arqueólogos, os túneis agora abandonados levaram a equipe até o palácio datado no século VII a.C., pertencente ao rei assírio Senaqueribe e seu filho, o rei Assaradão.
A invasão de Senaqueribe no reino de Judá e Israel é narrada nos livros bíblicos de II Reis, II Crônicas e do profeta Isaías. Seu exército foi destruído (II Reis 19:35) e os hebreus foram salvos da invasão estrangeira que ameaçava destruir Jerusalém. Isso aconteceu depois que Ezequias clamou a Deus para que protegesse o seu reino e recebeu a confirmação de livramento profetizada por Isaías.
Senaqueribe retornou a Nínive e, quando se encontrava no templo de seu deus Nisroque, seus filhos, Adrameleque e Sarezer, mataram-no com um golpe de espada, fugindo depois para a região do Ararate — a mais alta montanha da Turquia moderna. Desta maneira, Assaradão se tornou rei da Assíria entre 681 a.C. e 669 a.C.
Dentro de um dos túneis, a arqueóloga iraquiana Layla Salih descobriu uma inscrição cuneiforme de mármore do rei Assaradão datada em 672 a.C. Em outra parte do túnel, eles descobriram esculturas de pedra de uma semideusa, representada como a "água da vida" para proteger os seres humanos.
Inscrição cuneiforme de mármore do rei Assaradão, datada em 672 a.C. (Foto: Jérémy André)
"Eu nunca vi algo como isto esculpido numa pedra com esse tamanho", disse ao site The Telegraph a professora Eleanor Robson, presidente do Instituto Britânico para o Estudo do Iraque, sugerindo que os artefatos podem ter sido usados para decorar o quarto das mulheres do palácio. "A destruição provocada pelo EI realmente nos levou a um achado fantástico”.
“Há uma grande quantidade de história lá embaixo, não apenas as pedras ornamentais. É uma oportunidade para finalmente mapear a casa do tesouro do primeiro grande império do mundo, desde o período de seu maior sucessor", acrescentou Eleanor.
Salih acredita que o EI roubou centenas de objetos antes que as forças iraquianas recuperassem a cidade. "Eu não consigo nem imaginar quanta coisa o EI descobriu antes de chegarmos aqui", disse ela. "Nós acreditamos que eles levaram muitos dos artefatos, como cerâmica e peças menores, para vender. Mas o que eles deixaram será estudado e vai acrescentar muito ao nosso conhecimento do período."
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