Artistas protestam contra a intenção de Funarte criar ‘teatro cristão’

A intenção do diretor da Funarte de entregar o Teatro Glauce Rocha à Companhia Jeová Nissi causou protestos de artistas no Rio de Janeiro.

Fonte: Guiame, com informações do GloboAtualizado: terça-feira, 8 de outubro de 2019 às 16:17
Manifestantes em frente ao Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio. (Foto: Karen Garcia/Agência O Globo)
Manifestantes em frente ao Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio. (Foto: Karen Garcia/Agência O Globo)

A intenção iniciar “o primeiro teatro do país dedicado ao público cristão” provocou protestos de artistas nesta segunda-feira (7) no Centro do Rio de Janeiro.

De acordo com a revista Veja, o diretor do Centro de Artes Cênicas Fundação Nacional de Artes (Funarte), Roberto Alvim, pretende entregar o Teatro Glauce Rocha à Companhia Jeová Nissi, como parte de seu projeto de revitalização.

Manifestando sua oposição, um dos cartazes do grupo de artistas dizia “teatro não é igreja” e criticou o apoio de Alvim à companhia evangélica.

“Está havendo uma censura. Há diversos projetos e peças sendo derrubados sem justificativas plausíveis”, disse ao jornal O Globo a artista Monique Vaille, uma das idealizadoras do movimento feminino Ovárias. 

“Estamos aqui para pleitear que a Constituição permaneça vigente. Nenhum projeto artístico tem que ser avaliado por ser ou não religioso. Precisam ser seguidos critérios para uma análise isonômica que garanta a pluralidade para que todos possam ter acesso, direito e oportunidade de ocupar um teatro público”, acrescentou.

Em agosto, o governo federal suspendeu um edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) com séries sobre a temática LGBT que seriam exibidas nas TVs públicas. 

Nesta segunda, a Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou a suspensão dos efeitos da portaria editada pelo Ministério da Cidadania, que impedia a conclusão do edital.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (5) que o veto a obras culturais não é “censura”, mas uma medida para “preservar os valores cristãos”. Ele afirmou ainda que serão feitas mudanças na área cultura, citando a Funarte e a Ancine, mas sem entrar em detalhes.

“Nós não podemos perder a guerra da informação, deixamos tudo isso muito à vontade no passado. Estamos preparando mudanças aí na questão da cultura, da Funarte, da Ancine. Muita gente empregada lá em cargos de comissão desde o primeiro ano do governo Lula”, disse Bolsonaro em videoconferência transmitida em um simpósio conservador em Ribeirão Preto (SP).

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