O Talibã assumiu a responsabilidade por uma grande explosão na capital do Afeganistão, poucas horas depois que um enviado dos EUA informou o governo afegão na última segunda-feira (2), sobre um acordo "em princípio" com o grupo insurgente, que faria com que 5.000 soldados dos EUA deixassem o país dentro de cinco meses.
O porta-voz do Ministério do Interior Nasrat Rahmi disse que pelo menos cinco civis foram mortos e cerca de 50 ficaram feridos, mas disse que o número ainda poderia aumentar porque várias casas foram destruídas. Mais tarde, uma autoridade disse à Associated Press que o número havia subido para 16 mortos, com 119 feridos.
Ele confirmou que o alvo da explosão era o complexo Green Village, que abriga várias organizações internacionais e pousadas. A explosão gerou uma nuvem de fumaça no céu noturno sobre Cabul e fez com que um posto de gasolina nas proximidades se incendiasse.
Não ficou claro imediatamente por que o Talibã continua com esses ataques, já que o enviado dos EUA disse que as tropas americanas estavam se retirando da guerra mais longa de sua história e marcando assim a vitória do grupo terrorista.
O porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi disse que cerca de 400 estrangeiros foram resgatados depois que o homem-bomba atingiu o complexo na noite da última segunda-feira. A explosão ocorreu na rua do lado de fora e destruiu várias casas.
Cinco terroristas foram mortos a tiros pelas forças de segurança depois que o homem-bomba, que aparentemente dirigia um trator cheio de explosivos, detonou seu veículo, disse Rahimi. A explosão atingiu a parede ocidental do complexo.
Contexto
O Green Village também foi atingido por um carro-bomba suicida em janeiro, novamente quando o enviado dos EUA, Zalmay Khalilzad, visitava a capital para informar o governo afegão sobre suas negociações com o Talibã ao fim de quase 18 anos de luta.
Horas antes do ataque de segunda-feira, Khalilzad mostrou um projeto ao presidente afegão, depois de declarar que eles estão "no limiar de um acordo" após o final da nona rodada de negociações entre o Talibã e os EUA no Catar. O acordo ainda precisa da aprovação do presidente Donald Trump.
Não houve comentários imediatos de Khalilzad após a explosão, que foi fortemente condenada pelo presidente afegão Ashraf Ghani.
Abalados, os moradores de Kabul questionam se é possível confiar em qualquer acordo com o Talibã, especialmente quando as tropas estrangeiras se retiram.
O grupo terrorista quer que todas as cerca de 20.000 tropas dos EUA e da OTAN saiam do Afeganistão imediatamente, enquanto os EUA buscam uma retirada em fases que dependeriam do Talibã atender a certas condições, como a redução da violência.
Os ataques aumentaram nos últimos meses, incluindo ações terroristas do Talibã em duas capitais provinciais no fim de semana, à medida que o grupo procura fortalecer sua posição de negociação não apenas com os EUA, mas com o governo afegão nas negociações intra-afegãs, elas se tornam ainda mais desafiadoras.
Alguns analistas também alertaram que algumas facções do Talibã podem estar expressando descontentamento com o acordo dos EUA, embora os líderes políticos do grupo nas conversações no Catar tenham insistido que suas dezenas de milhares de combatentes respeitariam qualquer acordo alcançado.
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