Duas bombas atingiram uma catedral católica no sul das Filipinas no domingo (27), deixando pelo menos 20 pessoas mortas e 81 feridas, incluindo 14 soldados das Forças Armadas do país e dois policiais.
Dois explosivos detonaram na catedral católica de Jolo, na região de Mindanao. O primeiro dispositivo disparou dentro da catedral, e o segundo alvejou soldados que se aproximaram para ajudar as vítimas da primeira explosão, segundo o porta-voz das Forças Armadas das Filipinas, o general Edgard Arevalo.
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assumiu no domingo a responsabilidade pelo atentado por meio de sua agência de notícias Amaq. Pouco depois, a “Província da Ásia Oriental” do EI também emitiu um comunicado para os dois atentados suicidas.
Em um comunicado, o secretário de Defesa, Delfin N. Lorenzana, condenou o atentado e disse que reforçou as tropas no local para “aumentar seu nível de alerta” e garantir a proteção de locais de culto e espaços públicos.
O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou o ataque na noite de domingo, pedindo que “os responsáveis por esses crimes sejam rapidamente levados à justiça”.
O ataque ocorreu dias depois de um referendo aprovado na última segunda-feira (21), pedindo à população majoritariamente muçulmana que apoiasse um plano dos separatistas e governo para criar uma nova região auto administrada.
A proposta do referendo é criar uma região autônoma muçulmana que poderia levar a uma solução pacífica entre o governo e o grupo rebelde Frente Moro de Libertação Islâmica — um conflito que custou 120.000 vidas desde a década de 1970. A maioria dos 2,8 milhões de pessoas que participaram da votação apoiaram o referendo, menos a cidade de Jolo.
Histórico de violência
A região de Mindanao tem sido tomada pela violência entre muçulmanos e cristãos há décadas.
É lar de vários grupos islâmicos insurgentes, como o Abu Sayyaf, que tem sido acusado de vários ataques a civis e tropas do governo filipino, bem como o sequestro de cidadãos estrangeiros. Abu Sayyaf — juntamente com o grupo Maute, outra organização terrorista em Mindanao — foi responsável pela invasão e ocupação de Marawi, a maior cidade de maioria muçulmana do país, em 2017.
Os militantes afiliados ao EI sitiaram Marawi por cinco meses, e a violência obrigou mais de 350 mil moradores a fugirem da cidade, já que suas casas foram reduzidas a escombros. Nos 150 dias da operação do exército filipino para expulsar os terroristas, mais de 800 militantes e 162 membros das forças de segurança do governo foram mortos.
Em uma entrevista de rádio, o governador Mujiv Hataman disse que o ataque à igreja não está relacionado ao referendo. “Não consigo ver a conexão. Primeiro de tudo, o Abu Sayyaf ou o EI não manifestaram sua posição sobre o [referendo], se são a favor ou contra”, disse Hataman, acrescentando que apenas Abu Sayyaf tem os meios para realizar o ataque.
“Muito provavelmente, isso está relacionado a eles [Abu Sayyaf]”, sugeriu.
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