
O Comitê Olímpico Internacional (COI) está considerando implementar uma proibição total de atletas transgênero na categoria feminina dos Jogos Olímpicos, em especial visando a edição de Los Angeles 2028.
A decisão decorre de intensos debates sobre equidade de gênero e vantagem competitiva no esporte feminino.
Segundo as regras atuais, cada modalidade esportiva tem autonomia para definir se mulheres transgênero podem competir, desde que seus níveis de testosterona estejam abaixo do limite estabelecido.
O COI, agora sob a liderança da nova presidente Kirsty Coventry, avalia uma mudança radical em sua política que poderia impor uma proibição total em todas as modalidades nos Jogos de Los Angeles.
A medida buscaria evitar situações como a que permitiu a participação de Laurel Hubbard no levantamento de peso nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021. Hubbard realizou a transição de gênero em 2012.
Esse ponto do debate reacendeu a polêmica nos Jogos Olímpicos de Paris, quando Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan, conquistaram medalhas de ouro no boxe, apesar de terem sido desclassificadas do Campeonato Mundial de 2023 por supostamente não atenderem aos critérios de elegibilidade de gênero.
O comitê executivo do COI, que na época incluía Coventry, enfrentou duras críticas por permitir que eles lutassem.
Tendência a ser seguida
Embora fontes olímpicas confirmem que essa medida é considerada a “tendência a ser seguida”, é pouco provável que seja implementada antes dos Jogos Olímpicos de Inverno na Itália, em fevereiro de 2026.
Um relatório indicou que uma possível mudança nas regras poderia ser anunciada em fevereiro, mas fontes internas estimam que a aprovação e implementação podem levar de seis meses a um ano.
A medida seria interpretada como uma promessa cumprida por Coventry, que defendeu a proteção da categoria feminina durante sua campanha para vencer a eleição presidencial no início deste ano.
A medida também evitaria um possível atrito com Donald Trump na preparação para os Jogos de Los Angeles. Em fevereiro, o presidente dos EUA assinou uma ordem executiva proibindo a participação de mulheres transgênero em esportes femininos.
A atenção a esse tema tem sido tão intensa que a Dra. Jane Thornton, diretora médica de saúde e ciência do COI, apresentou aos membros em Lausanne, na semana passada, uma revisão científica sobre questões relacionadas a pessoas transgênero e atletas com DSD (Diferenças no Desenvolvimento Sexual).
O COI negou que qualquer decisão tenha sido tomada até o momento e, segundo informações, ainda não houve apresentação ao conselho executivo, cuja próxima reunião está prevista para dezembro.
“O diretor de saúde, medicina e ciência do COI apresentou uma atualização aos membros do COI na semana passada, durante as reuniões da comissão. O grupo de trabalho continua suas discussões sobre o assunto e nenhuma decisão foi tomada ainda”, afirmou o COI em comunicado ao Daily Mail Sport.
Entre os pontos abordados na apresentação estava a diferenciação entre atletas transgênero e aqueles com DSD, que possuem cromossomos masculinos, mas foram criadas como mulheres.
Sobre este último aspecto – que gerou grande polêmica no boxe em Paris 2024 – o cenário futuro permanece incerto.
Fontes do Daily Mail Sport indicam que uma alteração nas regras para atletas com DSD é considerada provável a longo prazo, embora ainda enfrente resistência interna.
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