Bilionários investem em tecnologia para rejuvenescer células e estender a vida humana

Bilionários do Vale do Silício, como Jeff Bezos, estão investindo na “tecnologia de reprogramação” para estender a vida humana na Terra.

Fonte: Guiame, com informações da CBS NewsAtualizado: sexta-feira, 10 de setembro de 2021 às 14:09
Jeff Bezos, ex-CEO da Amazon e homem mais rico do mundo. (Foto: Patrick Fallon/Bloomberg via Getty Images)
Jeff Bezos, ex-CEO da Amazon e homem mais rico do mundo. (Foto: Patrick Fallon/Bloomberg via Getty Images)

O ex-CEO da Amazon, Jeff Bezos, tem olhado não só para o espaço. O homem mais rico do mundo também está tentando estender a vida humana na Terra, de acordo com um relatório da MIT Technology Review, revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. 

Bezos é um dos vários investidores da Altos Labs, uma startup do Vale do Silício que trabalha em uma tecnologia para rejuvenescer células e prolongar a vida. A startup também conta com Yuri Milner, um bilionário russo em tecnologia e fundador do Prêmio Breakthrough, dado anualmente a trabalhos científicos.

A Altos Labs está trabalhando no que é chamado de “tecnologia de reprogramação”, um método de reverter células adultas em células-tronco — que têm o potencial de se transformar em qualquer tipo de célula.

Os cientistas dizem que a reprogramação tem grande potencial de tratar a perda de visão, lesões na medula espinhal, lesões cerebrais e outras degenerações corporais relacionadas à idade. 

Em um estudo de 2018, o bioquímico do Salk Institute, Juan Carlos Izpisua Belmonte, o declarou “o elixir da vida” e disse que “o envelhecimento não é um processo irreversível”. No ano seguinte, Izpisua Belmonte fez parte de uma equipe que trabalhou na China na criação de híbridos macaco-humanos chamados “quimeras”, atraindo críticas de especialistas em ética médica, inclusive das Associações Médicas e Odontológicas Cristãs.

Agora, Izpisua Belmonte deve ingressar na Altos Labs, de acordo com a Technology Review. Outros cientistas proeminentes também estão se juntando à equipe da startup, como Steve Horvath, um geneticista da Universidade da Califórnia que desenvolveu uma maneira de detectar o envelhecimento das células a partir de seus marcadores moleculares. 

Além disso, Shinya Yamanaka, que recebeu um prêmio Nobel por seu trabalho em reprogramação em 2012, chefiará o conselho consultivo do Altos Labs, segundo a publicação.


Cientista e investidor Yuri Milner segura um protótipo do "Star Chip", ao lado do falecido professor Stephen Hawking, em 2016. (Foto: Jemal Countess/Getty Images)

Parar as doenças e prolongar a vida parece ser um dos principais interesses de Bezos. Em sua carta de 2020 aos acionistas da Amazon, ele citou o biólogo evolucionista britânico, Richard Dawkins, que também é abertamente ateu: “Adiar a morte é uma coisa que você tem que trabalhar”, disse. “Se os seres vivos não trabalhassem ativamente para evitá-la, acabariam se misturando com seu redor e deixariam de existir como seres autônomos. Isso é o que acontece quando eles morrem.”

Bezos concluiu em sua carta aos acionistas: “Nunca, nunca, nunca deixe o universo suavizar você com seu redor.”

Investimentos no “adiamento da morte”

O multimilionário tem participações em várias outras startups que conduzem pesquisas celulares, de acordo com Bezos Expeditions, empresa de investimento do bilionário. Entre elas estão a Nautilus Biotechnology, Sana Biotechnology, Denali Therapeutics e Juno Therapeutics (agora parte da Bristol Myers Squibb). 

Junto com o colega bilionário em tecnologia, Peter Thiel, Bezos também investiu na Unity Biotechnology, uma startup que desenvolve tecnologia para retardar o envelhecimento no nível celular. 

O projeto de adiar a morte é popular no Vale do Silício. Em 2013, o Google lançou o Calico, um laboratório de pesquisa e desenvolvimento para tratar o envelhecimento. Um ano depois, o Prêmio de Longevidade de Palo Alto ofereceu 1 milhão de dólares para pesquisadores que pudessem tornar jovens organismos velhos ou estender a vida de uma criatura viva em 50%. 

Hoje, pesquisadores de 50 países podem ganhar cerca de US$ 30 milhões em prêmios disponíveis por meio do desafio de “longevidade saudável” da Academia Nacional de Medicina dos EUA.

Nir Barzilai, diretor do Instituto de Pesquisa do Envelhecimento da Faculdade de Medicina Albert Einstein em Nova York, espera que US$ 4,5 bilhões sejam investidos na ciência que prolonga a vida este ano, disse ele ao New York Post.

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