China proíbe comunistas de orar a Deus e se relacionar com líderes religiosos

Funcionários do Partido Comunista foram alertados a não “orar a Deus” ou “confraternizar” com líderes religiosos pelo jornal oficial da China.

Fonte: Guiame, com informações de China AidAtualizado: terça-feira, 17 de outubro de 2017 às 15:27
Estudantes ao redor de uma bandeira do Partido Comunista Chinês, na província de Shandong. (Foto: Reuters)
Estudantes ao redor de uma bandeira do Partido Comunista Chinês, na província de Shandong. (Foto: Reuters)

Funcionários do Partido Comunista foram alertados a não “orar a Deus” ou “confraternizar” com líderes religiosos pelo jornal oficial da China, People's Daily, na última quinta-feira (12).

“Alguns funcionários, muitas vezes, vão para mosteiros, oram a Deus e adoram o Buda”, descreveu a publicação. “Alguns funcionários estão obcecados em esfregar seus ombros com mestres, confraternizando com eles como irmãos, se tornando seus aduladores e suas árvores de dinheiro”.

O People's Daily disse que as autoridades devem se lembrar das palavras de Karl Marx, que afirmou que “o comunismo começa onde começa o ateísmo”. “A superstição é como uma poluição e anestesia espiritual que não pode ser subestimada e deve ser cuidadosamente removida”, disse o jornal.

Uma outra publicação observa que enquanto a China garante oficialmente a liberdade de religião para os principais sistemas de crenças como o cristianismo, budismo e islamismo, os membros do partido comunista devem aderir ao ateísmo.

“Os membros do partido não deve ter crenças religiosas, que são uma linha vermelha para todos”, escreveu Wang Zuoan, diretor da Administração Estatal para Assuntos Religiosos, na última edição da revista do Partido, Qiuishi Journal.

“Os membros do Partido deve ser ateus marxistas firmes, obedecer às regras do Partido e manter a fé do Partido... Eles não estão autorizados a procurar valor e crença na religião”, ele acrescentou.

Wang alegou que as forças estrangeiras estão usando a religião “para se infiltrar na China”, se tornando uma ameaça à segurança do país. “As atividades religiosas ilegais estão se espalhando em alguns lugares, ameaçado a segurança nacional e a estabilidade social”, argumentou.

Perseguição religiosa

Os cristãos estão sob crescente pressão das autoridades, que tentam forçá-los a aceitar os ideais comunistas. Mais de 2 mil igrejas foram demolidas na província costeira de Zhejiang, e a polícia continua prendendo centenas de pastores e advogados de direitos humanos.

Por outro lado, de acordo com um estudo da Universidade de Xangai, mais de 60% dos estudantes estão interessados em aprender mais sobre o cristianismo e o número de jovens cristãos tem crescido entre as igrejas reconhecidas oficialmente e igrejas subterrâneas.

Atualmente, o número de cristãos na China, de 100 milhões, já ultrapassa o número de membros do Partido Comunista Chinês, que é de 85 milhões.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições