Com faixas e cartazes, cristãos chamam a atenção na Parada Gay com o movimento 'Jesus cura a homofobia'

"Oportunidade maravilhosa que surge de começar, para valer, um diálogo entre Igreja evangélica e comunidade LGBT que aponte para um mundo melhor", diz José Barbosa Junior, responsável pelo movimento

Fonte: Guiame, com informações de TerraAtualizado: segunda-feira, 8 de junho de 2015 às 17:25
Cristãos exibem faixa 'Jesus cura a homofobia' na Parada Gay
Cristãos exibem faixa 'Jesus cura a homofobia' na Parada Gay

Algumas imagens da Parada Gay 2015, realizada no domingo (7), em São Paulo, têm gerado inconformismo e tornado ainda mais delicada a relação entre cristãos e homossexuais.

Mas os insultos por parte dos ativistas não foram as únicas atitudes que se tornaram notícia. Um grupo de cristãos que foi até a Parada gay também chamou a atenção com faixas e cartazes.

Membros de diferentes igrejas se reuniram e exibiram uma faixa com a frase: 'Jesus cura a homofobia', além de cartazes com dizeres como: "Desculpem-nos pela forma como a 'Igreja' trata vocês!", "Pecado é disseminar o ódio, a intolerância e a alienação religiosa", entre outros.

Clauber Rocha, de 45 anos, foi um dos cristãos que caminhou segurando um desses cartazes, e ele compartilhou um pouco da experiência que viveu:

"Foi tanta emoção, tantas expressões de gratidão apenas por estarmos ali. Mas quem mais se emocionava era eu, pensando o quanto Deus amava todas aquelas pessoas. Para fechar o dia, vi que uma Drag Queen toda 'paramentada' me olhava com olhos lacrimejantes, visivelmente emocionada com o meu cartaz, e fiz um sinal para ela se aproximar. Ela abraçou a minha esposa e depois me abraçou com força, agradecendo por estarmos ali e falando o quanto ela sabia que era amada por Deus. Nunca fiz tão pouco e recebi tanta gratidão", contou.

Rocha também disse que um dos trios elétricos parou na frente deles e os agradeceu no microfone. Para ele, esse foi um passo de algo que pode acontecer. "Entre nós, cristãos, e eles, não há diferença alguma. Somos todos iguais perante Deus. A única regra é o amor. Foi um trabalho de formiguinha, mas que me fez acreditar que podemos, sim, reverter a situação atual e que o evangelho de Jesus, que é simplesmente AMAR AO PRÓXIMO, ainda tem espaço nesta geração. É só começar", afirmou.

Responsável pelo movimento 'Jesus cura a Homofobia', José Barbosa Junior cita a oportunidade de um diálogo verdadeiro entre Igreja e LGBT, mas lembra que é preciso ter calma. "É hora de ir com calma, não trocar os pés pelas mãos, ouvir as pessoas, enfim, não nos precipitarmos, mas também não perdermos a oportunidade maravilhosa que surge de começar, para valer, um diálogo entre Igreja evangélica e comunidade LGBT que aponte para um mundo melhor, mais digno, mais humano, onde o amor seja a medida de todas as coisas. Estamos só começando."

Pela sexta vez em uma Parada Gay, Rodrigo Soares da Silva somou forças à campanha 'Jesus Cura a Homofobia' e usou a rede social para uma breve análise do que viu e do que ainda precisa acontecer:

"A lição que aprendi já nas primeiras vezes que fui é que lá não é lugar para proselitismo religioso. É só uma oportunidade de servir (...) O que vi, ouvi e senti todos esses anos participando é que, como cristão, o saldo da dívida é grande. Se me permitem a paráfrase, estamos em falta na fé, na esperança e o no amor, destes três, em maior quantidade, o amor. Que Cristo nos ensine, uma vez mais, a amar mesmo em toda e qualquer divergência."

Cristãos na Parada Gay

Cristãos na Parada Gay

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