Confiscado ilegalmente, terreno de igreja pode ser usado para construção de mesquita no Irã

A Anistia Internacional tem citado o Irã em seus relatórios como um país que desrespeita amplamente os direitos humanos fundamentais, desfavorecendo as minorias religiosas e étnicas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 7 de janeiro de 2016 às 16:16
Presidente do Irã, Hassan Rohani.
Presidente do Irã, Hassan Rohani.

O terreno pertencente a uma igreja assíria no Irã que havia sido confiscado ilegalmente pelas autoridades locais há dois anos, em breve será usado para a construção de um centro de orações islâmicas, segundo a imprensa controlada pelo Estado iraniano.

A Igreja Católica caldeia no oeste do Teerã - instituição que originalmente tinha a posse do terreno - fez numerosas solicitações para as autoridades do país, com o objetivo de conseguir a propriedade de volta, mas as tentativas não foram bem sucedidades.

Integrante do parlamento iraniano, Jonathan Bet-Kelia reuniu-se com Ali Younesi - assistente especial do presidente Hassan Rohani para assuntos relacionados às minorias étnicas, para refazer o mesmo pedido da igreja, mas recebeu a resposta de que nada poderia ser feito sobre isso. Younesi é um ex-ministro da Inteligência e Segurança, e é conhecido por ordenar prisões e assassinatos de numerosos dissidentes.

Ali Safavi, um membro do comitê do Conselho Nacional de Resistência do Irã para Assuntos Externos, também criticou o regime por ter confiscado as terras pertencentes a uma igreja e agora usá-lo para a construção de um templo islâmico.

"A admissão descarada deste ato exibe em primeiro lugar as políticas discriminatórias e sectárias do regime que desfavorece as minorias religiosas do Irã", disse Safavi. "Ao mesmo tempo, isto dialoga com o fracasso da política ocidental em acomodar o regime, na esperança vã de que isto irá promover a moderação e tolerância na frente doméstica".

O Irã tem um registro extremamente pobre com relação ao respeito aos direitos civis e políticos.

A Anistia Internacional registrou quase 700 execuções, incluindo as de membros de minorias étnicas e religiosas, condenados por "inimizade contra Deus", dentro do curto prazo de pouco mais de seis meses no ano passado na nação muçulmana xiita, que condena as pessoas à morte, mesmo durante o mês sagrado do Ramadan.

Muitas das pessoas executadas foram acusadas ​​de crimes relacionados com drogas, mas também inclui membros de minorias étnicas e religiosas condenados por "inimizade contra Deus" e "corrupção na Terra", incluindo os presos políticos curdos e sunitas.

Um relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre 'Tráfico de Pessoas em 2015', observou que funcionários do governo do Irã estavam envolvidos no tráfico sexual de mulheres e meninas e alguns deles até mesmo forçavam meninas a integrar redes de prostituição.

"O Irã é uma fonte, um canal e também um destino para o tráfico sexual e o trabalho forçado, que marca como vítimas, homens, mulheres e crianças", observou o relatório. "Os grupos organizados supostamente sujeitam as mulheres iranianas, meninos e meninas ao tráfico sexual no Irã, assim como nos Emirados Árabes Unidos e Europa".

A deputada norte-americana Ileana Ros-Lehtinen disse que o relatório mostra como uma atitude "irresponsável" da administração Obama, a aprovação do acordo nuclear com Teerã.

Vários cristãos estão presos no Irã devido à sua fé, como por exemplo, o pastor Saeed Abedini, que está detido há mais de três em situações precárias no país e seu estado de saúde é considerado preocupante, devido aos sucessivos espancamentos que ele sofreu.

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