Na maior crise econômica da história da Venezuela, milhares de pessoas estão se deparando com a escassez de alimentos e remédios. Para oferecer apoio humanitário, uma organização cristã está mobilizando voluntários e doações para auxiliar os venezuelanos afetados pelo regime de Nicolás Maduro.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) anunciou no domingo (3) que está trabalhando para mandar ajuda humanitária à Venezuela. Nesta segunda, Maduro recusou o apoio.
“Não se pode fazer à Venezuela uma promessa falsa de uma suposta ajuda humanitária, é preciso convocar a Venezuela ao trabalho, à produção, ao crescimento da nossa economia, não somos mendigos de ninguém”, disse Maduro em um ato com militares no estado de Aragua e transmitido pela televisão.
No entanto, segundo a organização cristã World Help, a situação dos venezuelanos é severa. Sob o regime socialista, os militares assumiram grande parte da economia, incluindo a distribuição de alimentos.
Em entrevista ao Christian Post, o fundador Vernon Brewer disse que o país abriga “a maior crise humanitária do mundo atualmente”. “A eletricidade é cortada diariamente. Há escassez de comida e remédios. O preço do petróleo está em queda. E para acrescentar, a agitação política deixou a nação em turbulência”, disse Brewer.
No poder desde 2013, Maduro foi reeleito para mais 6 anos de mandato (até 2025) em eleições marcadas por denúncias de fraude. Em 23 de janeiro, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, autodeclarou-se presidente interino da Venezuela, com o reconhecimento do Brasil, EUA, Israel, países latino-americanos e europeus.
“Maduro se tornou presidente muitos anos depois de Hugo Chávez. Ele foi orientado por Hugo Chávez, então ele é um ditador”, disse Brewer. “No ano passado, quando ele foi reeleito, o povo da Venezuela sentiu que era uma eleição ilegítima. Houve fraude. E a Constituição venezuelana afirma que se não houver eleição justa, o chefe da Assembleia Nacional pode assumir como presidente do país. Foi isso que Juan Guiadó fez”.
Crise e escassez
Em apenas cinco anos, a crise fez desaparecer 44% da economia venezuelana e, em 2018, o país registrou a maior queda do PIB em todo o mundo. A inflação passou a hiperinflação no ano passado e o FMI estima que ela chegará a 10.000.000% no final deste ano.
Diante da crise, a escassez tem sido severa para muitas famílias. Um parceiro da World Help na Venezuela, que ajuda na distribuição de alimentos, revelou que não comeu durante três dias. “Eles estão indo sem comer para fornecer comida às pessoas que estão tentando salvar”, disse Brewer.
Relatos de pessoas que não têm o que comer ou morrem por falta de remédios se tornaram comuns no país, segundo Brewer. Além de fornecer ajuda humanitária, a World Help tem investido no apoio espiritual.
“Nós também provemos a esperança espiritual, sendo as mãos e pés de Jesus e mostrando o amor de Cristo, que é o mais importante para essas pessoas, que estão cercadas de desesperança. Não estamos apenas distribuindo comida para os cristãos, estamos distribuindo comida para todos”, acrescentou.
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