Cristãos da Índia relembram o massacre de Orissa e permanecem firmes na fé, apesar da perseguição

Os principais ataques em 31 de agosto de 2008, no Estado de Orissa também deixaram cerca de 56.000 cristãos desabrigados após 300 igrejas e 6.000 casas serem invadidas e saqueadas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 1 de setembro de 2015 às 14:57

Estudantes protestam contra a perseguição religiosa e ouvem a pregação de um líder cristão, durante manifestação em memória ao massacre de Orissa. (Foto: Reuters)

Cristãos da Índia marcaram o sétimo aniversário dos ataques em Orissa, na última segunda-feira (31), orando pelos 100 cristãos que foram massacrados por extremistas hindus que. Na época, a chacina aconteceu porque os cristãos não negaram sua fé cristã. Segundo um arcebispo, o cristianismo tem crescido e se fortalecido em Orissa, apesar da perseguição religiosa, ainda frequente.

O Arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, John Barwa SVD disse à agência de notícias Fides que os cristãos "se reúnem em oração pelas vítimas, reiterando, todos juntos, o nosso compromisso comum para a promoção da paz, da justiça e esperança. A fé dos cristãos em Orissa se tornou mais forte em face de perseguição".

Os principais ataques em 31 de agosto de 2008, no Estado de Orissa também deixaram cerca de 56.000 cristãos desabrigados após 300 igrejas e 6.000 casas serem invadidas e saqueadas. A multidão de extremistas hindus, supostamente organizou-se contra os cristãos, que eles acusaram ​​de converter os indianos ao cristianismo.

Muitos dos hindus que se converteram ao cristianismo eram do sistema de casta mais baixa, conhecida como Dalits, ou "intocáveis", que são muitas vezes tratadas com desprezo na sociedade indiana. Os Dalits encontram no cristianismo, uma forma de se livrar da discriminação.

Segundo relatórios, um número de mulheres cristãs, incluindo pelo menos uma freira, foram estupradas durante os ataques de 2008.

Outra manifestação foi realizada no último final de semana, em Bangalore, estado de Karnataka, citando o massacre como "uma página escura na história da democracia indiana".

Ativista de direitos humanos, Jagadish Chandra G disse que a violência em Orissa levou a sociedade indiana a refletir sobre a perseguição das minorias.

"A celebração é uma oportunidade para refletir sobre o tema da crescente intolerância orquestrada por grupos extremistas hindus em todo o país, e como essas idéias se infiltraram no governo, na polícia e nos tribunais, erodindo os valores da justiça, da igualdade, do secularismo e cidadania consagrados pela Constituição da Índia", disse Chandra.

Os cristãos ainda estão à espera de justiça sobre os assassinatos, porém, com apenas dois dos 27 julgamentos de assassinato concluídos até o momento.

Dom John Barwa de Cuttack-Bhubaneswar concordou que os acontecimentos de sete anos atrás em Orissa só fortaleceram a fé dos cristãos.

"Eles sofreram violências terríveis. No entanto, sua fé não vacilou. Ao contrário, eles reforçaram a sua fé e amor por Cristo", disse Barwa.

John lembrou-se de histórias nas quais os cristãos foram forçados a desistir de sua fé, mas recusaram-se, apesar de todas as ameaças.

"Todos os dias somos chamados a encontrar Cristo na alegria do nosso sofrimento pelo Seu nome. Quando visitei a região, após assumir como arcebispo, visitei cada convento, e encontrei todos os meus líderes e todos os meus sacerdotes. E ouvi uma voz: 'Arcebispo, todas as nossas casas foram destruídas, nossas igrejas foram destruídas, nossos entes queridos foram massacrados, mas uma coisa os perseguidores não poderiam fazer: eles não podiam nos separar de Jesus", Barwa acrescentou.

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