Líderes cristãos foram às ruas do leste da China para protestar contra uma campanha para remover cruzes das igrejas, o que muitos vêem como um ataque do Partido Comunista contra sua fé. Ativistas informam que mais de 1.200 cruzes foram retiradas de igrejas na província de Zhejiang, desde que a iniciativa do governo começou no final de 2013.
Houve um pico de tais ações nas últimas semanas. Na sexta-feira (24), cerca de 20 clérigos católicos organizaram uma rara manifestação pública em Wenzhou – uma cidade costeira conhecida como a "Jerusalém do Oriente".
Os protestantes estenderam uma bandeira em frente à sede do governo, que dizia: "Manter a dignidade religiosa se opondo à remoção forçada de cruzes". A polícia chinesa acompanhou o protesto de duas horas, mas não interferiu, de acordo com a UCA News.
Zhejiang é o lar de uma das maiores congregações cristãs da China, com uma estimativa de 300 mil católicos e um milhão de protestantes divididos em casas, igrejas sancionadas pelo governo e nas igrejas subterrâneas.
Muitas igrejas tiveram cruzes removidas à força desde o início da campanha. Em alguns casos, igrejas foram completamente destruídas. As autoridades insistem que não estão atacando as construção por causa da religião.
A remoção de cruzes parecia ter sido pausada no início do ano. No entanto, nos últimos meses, diversas operações de remoção foram feitas em cidades como Wenzhou, Hangzhou e Lishui. Um líder da igreja, cujo nome não foi identificado por proteção, disse que as autoridades estavam tentando transformar o cristianismo "em uma ferramenta para servir o partido".
Pregadores protestantes estão incentivando suas congregações a se oporem pacificamente às remoções, colocando cruzes de madeira em suas casas e carros. "Cada vez que derrubarem uma cruz, vamos colocar mais cruzes", disse o líder da igreja Zhejiang. "Estamos até pensando em fazer bandeiras e roupas com cruzes ilustradas."