Desertor do judô iraniano dedica medalha de prata à Israel nos Jogos Olímpicos

Saeid Mollaei é um apoiador de Israel desde 2019, quando denunciou o antissemitismo da equipe iraniana com os competidores israelenses no Campeonato Mundial de Judô.

Fonte: Guiame, com informações do The Times of IsraelAtualizado: sexta-feira, 30 de julho de 2021 às 15:08
Saeid Mollaei, da Mongólia, nos Jogos Olímpicos em Tóquio. (AP Photo / Vincent Thian).
Saeid Mollaei, da Mongólia, nos Jogos Olímpicos em Tóquio. (AP Photo / Vincent Thian).

Saeid Mollaei, um ex-judoca iraniano que agora representa a Mongólia, conquistou a medalha de prata no Judô, na categoria masculina de até 81 kg, e dedicou a vitória a Israel. 

Em entrevista ao Canal de Esportes de Israel, Mollaei agradeceu o apoio que recebeu da nação israelense ao longo dos anos:

“Obrigado a Israel pela boa energia. Essa medalha é dedicada também a Israel. Espero que os israelenses estejam felizes com esta vitória”. O atleta ainda acrescentou em hebraico: “Todah” (obrigado).

A prata nos Jogos de Tóquio foi a primeira medalha do judoca, dois anos depois de ele ter desertado dojudô do Irã por não concordar com a atitude antissemita da equipe com os competidores israelenses. 

Em 2019, Mollaei revelou que os treinadores da seleção iraniana ordenaram que ele perdesse as semifinais do Campeonato Mundial, de 2019, para evitar o confronto com o israelense Sagi Muki na final. Após a deserção, Mollaei se mudou para a Alemanha e adquiriu a cidadania mongol. 

O judoca israelense da mesma categoria que o ex-irariano, Sagi Muki, parabenizou o amigo pela conquista olímpica. 

“Estou muito feliz por Saeid. Eu sei o que ele passou, e o quanto ele queria. Ele é um amigo muito próximo e estou muito feliz por ele ter conseguido realizar seu sonho. Ele merece. Sua jornada é incrivelmente inspiradora”, disse Muki em uma entrevista coletiva a repórteres israelenses na terça-feira (27).

Saeid Mollaei e o israelense Sagi Muki se tornaram amigos após o incidente do Mundial de 2019 e os judocas têm se apoiado desde então. Em fevereiro deste ano, Mollaei competiu no campeonato internacional de judô Grand Slam, realizada em Israel, e afirmou à CNN que a nação israelense tem sido "muito bom para mim desde que cheguei", e que a equipe israelense de judô "têm sido muito gentil. Isso é algo que nunca esquecerei”.

A história da improvável história entre os judocas israelense e irariano vai ser contada para a televisão pela Tadmor Entertainment de Israel.


Os campeões de judô Saeid Mollaei, à esquerda, e Sagi Muki são amigos desde o incidente de 2019. (Foto: PR).

Antissemismo em Tóquio

A homenagem à nação de Israel feita pelo ex-judoca irariano Saeid Mollaei acontece depois de dois episódios de antissemismo no judô nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Dois judocas foram suspensos das Olimpíadas depois de se recusarem a competir com o israelense Tohar Butbul.

Mohamed Abdalrasool, do Sudão, não compareceu à competição marcada contra Butbul na categoria de 73 kg na segunda-feira (26), sem justificar sua ausência. E no sábado (24), Fethi Nourine, da Argélia, desistiu das Olimpíadas para evitar o confronto com Butbul, declarando seu apoio à causa palestina. 

O Comitê Olímpico Internacional (COI) prometeu investigar os casos de discriminação racial contra o israelense Tohar Butbul.

“Obviamente, o COI está sempre preocupado com esses casos e os está monitorando de perto. Claramente, se houver abusos flagrantes da Carta Olímpica, o COI tomará todas as medidas necessárias a esse respeito”, afirmou o diretor de solidariedade do Comitê Olímpico Internacional, James Macleod, em coletiva de imprensa em Tóquio, na terça-feira (27).

James acrescentou que a organização olímpica “deixou muito claro que a não discriminação, a autonomia — todos esses princípios que estão na Carta Olímpica — são coisas das quais não vamos recuar e adotaremos uma posição rígida em relação a todas elas”. 

O comitê executivo da Federação Internacional de Judô (IJF) anunciou que suspendeu temporariamente o judoca Nourine e seu técnico Benikhlef. A Federação condenou a postura discriminatória de Nourine.

“A IJF tem uma política rígida de não discriminação, promovendo a solidariedade como princípio fundamental, reforçada pelos valores do judô. O judô é baseado em um forte código moral, incluindo respeito e amizade, para promover a solidariedade e não toleraremos qualquer discriminação, pois vai contra os valores e princípios fundamentais do nosso esporte”, afirmou.

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