Os Estados Unidos e o Irã têm uma relação de confronto há décadas, mas em pouco mais de uma semana, incidentes entre os dois países indicam a iminência de um conflito armado.
O conflito começou por com a tentativa do governo de Donald Trump em diminuir a receita das exportações do Irã, forçando cinco grandes países (entre eles, China e Índia) a parar de comprar petróleo do país.
Em 12 de junho, dois navios petroleiros que navegavam pelo Golfo de Omã, perto do Irã, foram atacados e incendiados. Uma das embarcações pertence a uma companhia norueguesa e outra, a uma empresa japonesa.
De acordo com imagens divulgadas pelos EUA, o ataque foi promovido por barcos da Guarda Revolucionária, a elite do exército iraniano. A acusação foi negada pelo Irã.
A situação tornou-se ainda mais conflituosa em 20 de junho, quando o Irã derrubou um drone dos EUA em seu território. Os EUA contestam essa versão iraniana: dizem que o drone estava sobre águas internacionais.
Trump chegou a ordenar bombardeios na sexta-feira (21), no entanto, recuou em cima da hora e voltou a recorrer à pressão econômica, para trazê-lo à mesa de negociações. Já no sábado (22), os iranianos afirmaram que o conflito iria se espalhar pelo Oriente Médio e seria incontrolável.
O presidente americano assegurou no sábado que se os iranianos desistirem de seu programa nuclear, ele se tornaria seu “melhor amigo”.
“Não vamos deixar o Irã obter armas nucleares e, quando aceitarem isso, terão um país rico, ficarão muito felizes e eu serei seu melhor amigo. Espero que isso aconteça. Mas se os líderes iranianos se comportarem mal, eles terão um dia muito ruim”, afirmou Trump à imprensa nos jardins da Casa Branca.
EUA, Israel e Rússia
De acordo com a RFI, pela primeira vez os conselheiros de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, da Rússia, Nikolai Patrushev, e de Israel, Meir Ben Shabbat, discutiram juntos as tensões entre os países do Oriente Médio, especialmente o Irã nesta segunda-feira (24) em Jerusalém.
Um dos navios petroleiros que foram atacados no golfo de Omã. (Foto: Isna/Handout via Reuters)
O encontro foi saudado como histórico pelo primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu. “O governo iraniano quer eliminar Israel e todos os dias trabalha para alcançar esse objetivo”, disse Netanyahu em uma coletiva de imprensa conjunta com o russo Patrushev. “Faremos tudo o que pudermos para impedir que o Irã possua armas nucleares”.
Elementos proféticos
De acordo com o renomado perito em Oriente Médio, Mike Evans, elementos da profecia bíblica do livro de Daniel podem ser observados em meio aos atuais conflitos. “O resultado das tentativas maléficas e provocativas do Irã de levar Donald Trump a uma presumível guerra derrotista, poderia espelhar o antigo rei Belsazar, que se atemorizou quando uma mensagem na parede”, disse ele ao site Charisma News.
Evans refere-se à mensagem de julgamento escrita na parede do palácio de Belsazar por uma mão, conforme relatado em Daniel 5:25-28: “Esta é a inscrição que foi feita: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM. E este é o significado dessas palavras: Mene: Deus contou os dias do teu reinado e determinou o seu fim. Tequel: Foste pesado na balança e achado em falta. Peres: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas”.
Para o rabino Pinchas Winston, especialista em fontes judaicas referentes ao fim dos tempos, mesmo que as tensões políticas não resultem em uma guerra, uma perspectiva bíblica é a única maneira de entender o cenário.
“Este recente surto no estreito de Ormuz é certamente mais um passo no processo que leva a Gogue e Magogue”, disse ao site Breaking Israel News. “Todos os escritos proféticos descrevem a Pérsia — ou como conhecemos hoje, o Irã — tendo um papel importante como instigador da guerra final antes da vinda do Messias”.
“Pode ser que este último surto tenha sido um ‘falso’ começo para dar às pessoas a chance de acordar e fazer a teshuvá (arrependimento)”, acrescentou Winston.
Já o rabino Yekutiel Fish está convencido de que o atual conflito político “é apenas o começo. “As pessoas não devem procurar soluções na política ou mesmo em uma fonte natural. A guerra irá muito além disso e a única solução, a única esperança está no céu”, afirma.
O rabino Winston faz um alerta: “É importante entender adequadamente esse processo, e a única maneira de fazer isso é enxergando de uma perspectiva bíblica, como parte do fim dos tempos, como uma preparação para o Gogue e Magogue”, afirma. “Se você não tem essa perspectiva, então seu cérebro sempre encontrará uma maneira de negar até mesmo os fatos mais óbvios, a fim de convencê-lo de que isso é algo normal”.
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