Estilista apoia mostra do MAM e recebe crítica de pastor: “Apologia à pedofilia é crime”

O criador da grife Osklen, Oskar Metsavaht, apoiou a performance do artista nu, que foi tocado por crianças no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Fonte: Guiame, com informações de O GloboAtualizado: terça-feira, 3 de outubro de 2017 às 16:13
Artista nu durante a performance “La bête”, onde foi tocado por crianças. (Foto: Atraves\\)
Artista nu durante a performance “La bête”, onde foi tocado por crianças. (Foto: Atraves\\)

Após a polêmica provocada pela performance “La bête”, parte do “35ª Panorama da Arte Brasileira – 2017”, o criador da grife Osklen, Oskar Metsavaht, fez uma declaração de apoio ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

“Somos todos MAM”, o estilista publicou em seu perfil no Instagram nesta semana. No entanto, alguns comentários que criticavam sua posição foram apagados por ele, incluindo as observações feitas pelo apóstolo Rina Seixas, fundador da Igreja Bola de Neve.

“Infelizmente, a maioria dos posts que foram contrários, foram apagados, inclusive o meu”, disse Rina em seu Instagram nesta segunda-feira (2). “Fica difícil entender a contradição. Defende a liberdade de expressão, mas apagou e bloqueou quem não concordou com ele? Democracia que diz: você pode ter opinião desde que seja igual à minha, não é democracia, é ditadura”.

“Sua postura só destaca o fato de que apesar de absolutamente talentoso e visionário, você hoje faz parte de uma elite, que vive em uma bolha, um outro Brasil, mais preocupada em ser cool, do que se identificar com os verdadeiros problemas sociais. Sem a mínima idéia das mazelas das pessoas de verdade, não manequins de plástico, da população das classes sociais inferiores. Sem dados ou informação suficiente sobre o que o abuso sexual faz com a mente, a alma e destino das nossas crianças”, completou o pastor.

Na inauguração da mostra no MAM, os visitantes interagiram com o artista Wagner Schwartz, que estava nu, em uma sala fechada. Imagens de uma criança tocando o corpo de Schwartz, acompanhada da mãe, foram publicadas e provocaram indignação nas redes sociais.

Segundo Rina, expor crianças a tal situação é um caso para o Conselho Tutelar e Ministério Público. “Apologia à pedofilia, atentado ao pudor, corrupção de menores, é crime. Não vale tudo em nome da arte!”, destacou.

O pastor ainda observou que a sociedade está vendo um velho ciclo se repetir, onde assuntos imorais inicialmente provocam choque, mas aos poucos são conciliados, em busca de um ponto de equilíbrio. “Com isso, valores que nos trouxeram até aqui, estão evaporando, com o aplauso de alguns poucos. E as massas, que nada possuem além de novelas para sua formação, se deixam manipular e condicionar como gado”, comentou.

“Seu post foi infeliz! Seus seguidores te levaram aonde chegou, não os bloqueie”, acrescentou Rina, em mensagem a Oskar. “Invista parte da fortuna que os seguidores que agora bloqueia, te ajudaram a conquistar, em ONGs que auxiliam crianças vítimas de abuso e prostituição infantil. Assim, não vai precisar bloquear ninguém, antes vai reconquistar o respeito que esse post te fez perder”.

Inquérito

O promotor de Justiça Eduardo Dias Ferreira, do Ministério Público de São Paulo, anunciou na tarde desta segunda-feira (2) que vai abrir inquérito civil para apurar denúncias relacionadas à performance no MAM.

Segundo a denúncia, o museu “estaria expondo crianças e adolescentes a conteúdo impróprio, uma vez que um homem estaria pousando totalmente sem roupa e o público seria convidado a tocá-lo, inclusive crianças”.

A investigação irá verificar a aplicação da classificação indicativa e investigar como foi feito o controle de captação de imagens naquele ambiente. “Não é interesse do Ministério Público cercear o direito de criação, a liberdade e a exposição de obras de arte. O que nós queremos é que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja respeitado”, diz o texto.

“Existe uma regra específica para exposições de arte e instalações, que é pautada pela autoclassificação, os curadores é que, examinando aquele evento, vão fixar as regras de acesso ao público infanto-juvenil. Se o evento, peça ou filme for classificado para menores de 18 anos, os pais ou responsáveis podem levar seus filhos” explicou Ferreira, acrescentando que pode chamar a mãe para prestar esclarecimentos.

O promotor ainda solicitou ao YouTube e ao Facebook que as imagens de crianças e adolescentes na mostra sejam removidas. “No caso de não retirarem, entraremos com uma ação judicial”, completou.

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