"Eu estou fazendo a obra de Deus", diz contrabandista de refugiados sírios

Nas últimas seis semanas, mais de 8 mil pessoas tentaram atravessar o mar desde a Turquia até a Grécia. Destas, 371 morreram.

Fonte: Guiame, com informações de Christian TodayAtualizado: segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016 às 14:34
Pelo menos 850 mil pessoas realizaram a perigosa travessia para a Grécia no ano passado. (Foto: Reprodução)
Pelo menos 850 mil pessoas realizaram a perigosa travessia para a Grécia no ano passado. (Foto: Reprodução)

"Eu estou fazendo a obra de Deus”. Essa é a conclusão de um jovem de 21 anos, responsável por contrabandear milhares de pessoas que buscam fugir dos territórios árabes em busca de uma vida melhor na Europa.

O jovem sírio é uma das centenas de pessoas que operam como pessoas “contrabandistas” ao longo da costa da Turquia. Ele coloca em enorme grupo de pessoas em seu bote e as leva em um perigoso e curto trecho do Mar Mediterrâneo, rumo à Europa.

De acordo com o site The Telegraph, a viagem custa mais de £400 por cabeça (equivalente a R$ 2.300), mas muitas vezes termina em tragédia. Nas últimas seis semanas, mais de 8 mil pessoas tentaram atravessar o mar desde a Turquia até a Grécia. Destas, 371 morreram.

Ibrahim, de seis anos de idade, é um dos sobreviventes junto com seus pais, Bilal e Khaloud, depois que o bote em que estavam naufragou. A família ficou no congelante Mar Egeu por três horas.

Seus três primos não tiveram o mesmo destino. Os corpos de Mahmoud, de 6 anos, Hassa, de 9 e Mohamed, 10, foram retirados da água horas depois.

"Nós ficamos na água por três horas com todas as crianças gritando", disse Bilal. "Enquanto eu lutava para segurar meus filhos, senti como se eles estivessem tentando bater de volta para mim. Esse mar é o inferno."

"Eu quero ser colocado acima de um contrabandista, mas não de um modo imoral que Deus não aceite", disse ele, sem explicar as mortes que seu trabalho envolve.

A Turquia tem tentado conter a onda de migrantes que saem da Síria rumo à Europa, depois que pelo menos 850 mil pessoas realizaram a perigosa travessia para a Grécia no ano passado.

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